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Um dia depois de explosões simultâneas de pagers usados pelo grupo radical xiita Hezbollah terem ocorrido em vários pontos do Líbano, matando 12 pessoas e ferindo outras 3 mil, walkie-talkies usados pelos militantes do grupo também explodiram nesta quarta-feira, 18.
Uma das explosões ocorreu nos funerais de três membros do Hezbollah e uma criança mortas na terça na explosão dos pagers, mas foram registrados ataques em diversos pontos do país.
Segundo a agência Reuters, os walkie-talkies, assim como os pagers, tinham sido comprados cinco meses atrás. O Hezbollah evita se comunicar por celular por medo de espionagem por parte de Israel e historicamente recorre a dispositivos com tecnologias offline.
A Cruz Vermelha Libanesa disse que 30 equipes de ambulância estavam respondendo a “múltiplas explosões” em diferentes áreas do Líbano, incluindo o sul e o leste do país.
Autoridades libanesas acreditam que a agência de espionagem israelense Mossad colocou explosivos dentro de pagers importados pelo Hezbollah meses antes das detonações. A agência tem um longo histórico de operações sofisticadas em solo estrangeiro.
Mais cedo, o Hezbollah reivindicou seu primeiro ataque transfronteiriço desde a série de explosões de pagers, atingindo na tarde de quarta-feira o que disse serem posições de artilharia israelense com foguetes. Os ataques não pareciam fazer parte da retaliação esperada pelas explosões do dia anterior, e o grupo disse que foi em resposta aos ataques israelenses no sul do Líbano.
A crise entre Israel e Hezbollah se agravou depois de que autoridades israelenses declararam na terça-feira que a milícia xiita tinha se tornado um alvo da guerra desencadeada pelos ataques do Hamas em 7 de outubro. No mesmo dia, os ataques contra os pagers foram lançados.
Autoridades americanas disseram na terça que não sabiam do plano para atacar o Hezbollah e Israel não assume oficialmente a autoria dos ataques.
A crescente tensão no Líbano pode agravar o conflito na região. O Irã financia tanto o Hezbollah quanto o Hamas e já trocou disparos com Israel depois da morte de membros da Guarda Revolucionária na Síria. (Com agências internacionais).
Fonte: Estadão