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sexta-feira, julho 26, 2024
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Pediatras fazem alerta sobre efeitos dos games na saúde dos adolescentes

Apesar do alerta, quando praticada de forma saudável a atividade também traz benefícios

Supervisionar o consumo dos jogos on-line e avaliar a maturidade do adolescente frente a essa prática são práticas indispensáveis que pais e responsáveis precisam adotar para extrair o potencial positivo do universo dos games. Essa é a recomendação expressa pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) no recém publicado documento científico “Adolescentes, Jogos Eletrônicos e Gaming Disorder”. Quando utilizados indiscriminadamente, explicam os especialistas, os jogos podem causar distúrbios do sono, inatividade física, transtornos de humor e até o Gaming Disorder, caracterizado como dependência de uso recorrente e persistente da internet para games.

Segundo os especialistas do Departamento de Medicina do Adolescente da SBP, responsáveis pela publicação, é fundamental entender que os instrumentos tecnológicos são, em princípio, “neutros”; e que adquirem significado “positivo ou negativo” conforme seu uso. “Esse conceito alerta para que não se assuma uma postura maniqueísta, apresentando jogos eletrônicos, mídias sociais e outros dispositivos eletrônicos sempre como vilões”, relata o texto.

“Fortalecer as conexões familiares é o caminho para tornar os jogos mais seguros. Isso é importante porque diversas vezes os filhos, principalmente os pré-adolescentes, não têm a capacidade de contextualizar o conteúdo de alguns jogos. Os adultos precisam ajudar, se fazendo presentes, para explicar o que são situações e representações fictícias em comparação com as expectativas sociais da vida real, ressaltando sempre a importância do respeito aos valores éticos”, recomendam os pediatras.

Existem benefícios da prática?

Diferentes pesquisas relacionam os jogos digitais com uma série de desfechos positivos: estímulo ao desenvolvimento cognitivo e motor; aprimoramento de habilidades sociais, como trabalho em equipe, liderança, negociação, comunicação e autossuperação; além dos sentimentos de satisfação e lazer oriundos do entretenimento. Também não há evidências de que os games, quando utilizados de forma adequada, afetem negativamente a proximidade familiar e o engajamento escolar.

E quais os perigos?

Entre as repercussões negativas, a mais recorrente é a diminuição da quantidade e da qualidade do sono em função do uso dos jogos durante a noite. “Jogar nesse horário está relacionado a uma diminuição do sono total e a alterações arquitetônicas no sono. Essa privação do sono, por sua vez, acarreta uma infinidade de outros efeitos indesejáveis à saúde, entre eles, diminuição do desempenho acadêmico, irritabilidade, transtornos de humor e inatividade física”, explica a publicação.

Outra questão central tem sido o estímulo dos jogos ao comportamento agressivo. Segundo a SBP, as evidências são suficientes para sugerir que, ao reproduzir vídeos violentos, os jogos podem contribuir para atitudes mais agressivas. No entanto, atribuir violência a videogames violentos não é um desfecho fechado em si e desvia a atenção de outros fatores, enraizados em nossa sociedade, que contribuem para a violência.

“Os games reúnem condições para o comportamento tóxico: o anonimato e o elemento competitivo, desenhado para que haja o desejo de vencer, de aniquilar o adversário. Num contexto de excitação dos jogadores, por vezes há gritos, xingamentos e desaforos. Em algumas comunidades, essa agressividade segue sendo um problema, bem como questões como machismo, racismo, homofobia e xenofobia”, ponderam.

Fonte: AGORA MT

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