Mortes violentas de crianças e adolescentes, na faixa etária de 0 a 19 anos, apresentaram um aumento 45,9% em Mato Grosso, entre 2021 e 2023, saltando de 87 para 127 registros. Em 2022 foram 115 mortes. Se considerada a faixa etária de 0 a 9 anos, o aumento foi de 266%, saltando de 3 mortes em 2021 para 11 no ano passado.
As mortes decorrentes de intervenção policial na faixa etária de 10 a 19 anos aumentaram 146%. Foram 13 casos em 2021 e 32 em 2023. O Estado detém a quinta colocação entre as 27 unidades da federação com o índice de 2,5 mortes de crianças e adolescentes para cada grupo de 100 mil habitantes, ficando atrás somente de Amapá, Bahia, Sergipe e Rio de Janeiro.
Dados constam do Panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado nesta quarta-feira (14). Estudo mostra que nos últimos três anos, 15.101 crianças e adolescentes morreram de forma violenta no país. Em 2021, foram 4.803 mortes; em 2022 os casos aumentaram para 5.354; e, em 2023, houve uma queda de 7,7%, com 4.944 mortes.
Outro dado é que nos últimos três anos as mortes violentas contra crianças de até 9 anos cresceram no país, em contramão ao que se constatou em relação às vítimas mais velhas, entre 10 e 19 anos, mais marcadas pelas dinâmicas da violência urbana. O aumento foi mais sensível entre aqueles de até 4 anos, o que acende um alerta sobre os riscos a que estão submetidas as crianças na fase inicial de vida.
Do total de vítimas de e Mortes Violentas Intencionais (MVI), 13.829 (91,6%) estão na última faixa etária, entre 15 e 19 anos. Além disso, 90% das crianças e adolescentes de 0 a 19 anos vitimadas são meninos e 82,9% negros. O perfil majoritário de vítimas letais no Brasil, portanto, continua sendo adolescente, masculino e negro.
Em 2023, para cada 100 mil habitantes no país entre 0 e 19 anos, do sexo masculino e de cor negra, 18,2 foram assassinados, enquanto a taxa de mortalidade para o mesmo grupo entre brancos foi de 4,1 por 100 mil. Isso significa dizer que o risco relativo de um adolescente negro, do sexo masculino, ser assassinado no Brasil, é 4,4 vezes superior ao de um adolescente branco.
Fonte: GD