A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff, reuniu-se com o presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo, na Rússia, nesta quarta-feira, 26, onde expressou novamente o apoio ao uso de moedas locais, como o iuane chinês, para facilitar o comércio entre os países-membros do Brics — bloco diplomático composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Embora não tenha mencionado a guerra na Ucrânia na reunião, em comunicado divulgado mais cedo no Twitter, Dilma já havia adiantado que o órgão, também conhecido por Banco dos Brics, não avaliaria novos projetos de financiamento na Rússia devido às sanções relacionadas ao conflito.
O encontro da ex-presidente do Brasil ocorreu no contexto da segunda Cúpula Rússia-África por sua posição de líder no órgão, cargo que ocupa desde abril deste ano.
Além da reunião com Putin, Dilma também terá um encontro bilateral com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Na pauta de discussão estará a próxima cúpula do Brics, programada para ocorrer entre os dias 22 e 24 de agosto deste ano no país africano. O objetivo do encontro é tratar de questões relevantes e estratégicas para o bloco diplomático.
Putin, por sua vez, desistiu recentemente de sua participação na cúpula de agosto, pondo fim a um impasse que já se arrastava há meses.
Alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) pela acusação de deportação forçada de crianças ucranianas, Putin aparentemente quer evitar um constrangimento internacional ainda maior para Moscou e Pretória, que se veem pressionadas pelas exigências sobre uma possível prisão do líder russo em solo sul-africano.
Na ocasião, Putin será representado por seu chanceler, Sergei Lavrov, embora o presidente russo deva participar de determinados momentos por meio de videoconferência, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado por agências russas.
Do Agência o Globo