Um homem de 46 anos registrou um boletim de ocorrência no dia 31 de maio, na delegacia, relatando que teria sido vítima de tortura. Segundo ele, homens teriam o torturado e o abandonado em seguida, na cidade de Confresa-MT, no Norte Araguaia. O suposto crime teria ocorrido no dia 29 daquele mês, dois dias antes. O indivíduo contou a equipe de investigadores que estava na kitnet onde mora quando foi capturado por quatro homens encapuzados que colocaram um pano em seu rosto com um produto que o teria feito desmaiar, e em seguida, o levado para uma região de mata.
Quando o rapaz acordou, estava dentro do porta malas de um carro. Havia munições grandes espalhadas. Os supostos agressores teriam cortado suas orelhas após uma sessão de tortura, e em seguida, o liberado no Centro de Confresa, onde ele teria sido socorrido por um motorista que passava pelo local e levado para o Hospital Municipal.
De imediato foram realizadas diligências investigativas a respeito do caso, as quais demonstraram que a suposta vítima estaria passando por problemas conjugais, e devido a isso, se automutilou retirando as partes das próprias orelhas para causar pena e tentar reatar o relacionamento com a ex companheira.
Os investigadores descobriram, ainda, que no dia 29, na parte da manhã, o homem teria feito pesquisas no Google com os seguintes termos: “como cortar orelha de cachorro” e “como cortar orelha de um homem e quais os perigos”, e à noite, se automutilou. Em seu depoimento, o rapaz disse ainda, que demorou dois dias para procurar a polícia por receio de retaliações e que só foi após ser orientado por uma ex namorada.
A Polícia Civil concluiu as investigações e o comunicante da falsa tortura irá responder pelo crime de denunciação caluniosa, cuja pena pode chegar até 8 anos de reclusão. A falsa comunicação perante os órgãos policiais é crime e atrapalha o andamento de casos importantes como de estupros, homicídios, tráfico de drogas, entre outros.
Devido estar fora de situação de flagrante, o suspeito responderá ao crime em liberdade.
Fonte: Olhar alerta