Professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Chico Peixe, alertou que a instalação de usinas hidroelétricas no rio Cuiabá podem secar o Pantanal mato-grossense. O aviso foi dado durante coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) após a derrubada da lei que proibia a instalação dos empreendimentos na Capital.
“Se fizer qualquer coisa que derroque as pedras do rio para fazer a hidrovia do Paraguai, construindo as usinas e o modo como a água será remanejada, infelizmente vai secar o Pantanal”, disse na terça-feira (9).
Ocorre que, nesta segunda-feira (9), a Suprema Corte formou maioria para derrubar a lei que proibia as unas na Capital. Com relatoria do ministro Edson Fachin, a Ação Direta de Inconstitucionalidade foi movida pela Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Ao lamentar a decisão da Suprema Corte, o professor afirmou que além de provocar a extinção dos peixes de toda a bacia, as áreas secas do Pantanal seriam transformadas em grandes pastos para criação de gado, o que deve favorecer os barões do agronegócio.
“Tudo isso vai fazer uma grande região para criação de gado e isso é um absurdo nacional. Vamos perder qualidade de água, diante do número de fungos e bactérias da represa. Basta somente uma usina que todo o processo de peixes migratórios deixa de existir”, lamentou.
PEC
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proibia usinas no rio Cuiabá havia sido estabelecida pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) em 2022, após longas discussões quanto ao impacto ambiental. Desde sua propositura a lei de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSD) gerou polêmica na Casa.
Atualmente, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente analisa estudos ambientais para o pedido de construção de 6 PCHs no rio Cuiabá.
Por Allan Mesquita-GD/Foto;Allan Mesquita