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Planalto tenta manter mobilização contra tarifaço e convoca empresários

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Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula e seus auxiliares decidiram, após reunião neste domingo (13), intensificar a articulação contra a tarifa de 50%

Sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

O alerta da equipe técnica indicou que a apreensão no setor empresarial é legítima e pode enfraquecer o discurso político centrado na defesa da soberania nacional — base da campanha “Defenda o Brasil”, promovida pelo PT nas redes sociais.

Nesta quarta-feira (16), a pesquisa Quaest deve mensurar o impacto do episódio junto à opinião pública e identificar quem é visto como responsável pela retaliação: se o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro e aliados, ou se Lula e o Supremo Tribunal Federal — ambos criticados por Trump.

No mesmo dia, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara receberá representantes do setor produtivo para discutir a crise. Estão confirmadas participações da CNI, CNA, Associação Brasileira do Alumínio, Instituto do Aço e centrais sindicais.

Estimativas apontam riscos consideráveis ao PIB e ao emprego, com possível eliminação de até 100 mil vagas em 2025, caso a tarifa seja implementada.

Recesso do Congresso


No fim da semana, o Congresso entra em recesso e retorna em 4 de agosto. Apesar disso, a decisão de Trump provocou rara convergência entre forças de centro e centro-direita, alinhadas à avaliação do governo sobre a necessidade de reação firme diante da ingerência estrangeira em assuntos internos.

No Executivo, o comitê anunciado por Lula deve ser formalizado ainda nesta semana.

A intenção é reunir representantes dos principais setores exportadores atingidos, levantar dados precisos sobre o impacto potencial da medida, além de avaliar estratégias para redirecionar os produtos brasileiros a novos mercados.

As negociações diplomáticas em andamento foram suspensas após o anúncio do presidente americano.

Capital político


Especialistas de diferentes correntes avaliam que Lula conseguiu transformar a crise em capital político ao posicionar-se contra uma sanção comercial de motivação política — neste caso, o julgamento de Bolsonaro e a regulação das redes sociais, citados por Trump como justificativas para o tarifaço.

Já críticos ao governo veem o cenário de outra forma: acusam Lula de promover alinhamentos ideológicos com nações antagonistas à Casa Branca e sustentam que Trump busca defender a liberdade de expressão ao apoiar Bolsonaro e rejeitar limites ao uso das plataformas digitais.

Fonte: R7