Vítimas eram torturadas em boates e só não foram a óbito por intervenção da polícia
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (05.09) a segunda fase da Operação Égide para o cumprimento de três mandados de busca e apreensão contra investigados por integrar uma organização criminosa, com atuação em Mato Grosso, e responsável por torturar pessoas em boates, em Várzea Grande.
Conforme a investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), os investigados exercem a função de “disciplina” no grupo criminoso e em duas ocasiões agrediram e torturaram vítimas distintas que somente não foram a óbito em razão da atuação policial.
O primeiro crime ocorreu em 2020, quando uma vítima foi abordada por quatro homens, que estavam em uma caminhonete S10 branca, e a levaram até o interior da boate Star Night, em Várzea Grande.
No local, a vítima sofreu uma série de lesões, sob o argumento de que “estaria copiando a droga que os suspeitos comercializavam na região”.
Durante a apuração, a equipe policial da GCCO identificou que os investigados praticam com habitualidade os “salves” naquela região. A Polícia Civil identificou ainda um vídeo em que outra vítima foi abordada as proximidades da boate VG Show, quando foi brutalmente agredida por um dos suspeitos enquanto o segurança da casa filmava toda a ação criminosa.
A GCCO encaminhou à Justiça a representação pela prisão preventiva e mandados de busca contra os investigados. O Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá deferiu pelos mandados de busca e apreensão.
Com o cumprimento das buscas, a Polícia Civil dará continuidade às investigações, interrogatórios dos suspeitos e coleta de outros elementos a fim de indiciar os investigados pelos crimes de integrar organização criminosa, tortura e lesão corporal.
Operação Égide
Na primeira fase, deflagrada em março deste ano, a GCCO cumpriu mandados de prisão e de buscas também contra um grupo que torturou uma vítima que foi atraída para trabalhar como caseiro de uma chácara na região do Morro de São Jerônimo, no município de Cuiabá. O grupo também foi apontado na investigação como responsável por aplicar ‘salves’ na região do bairro Dr. Fábio, na Capital.
Égide na mitologia grega era o escudo de Palas Atena, a deusa grega da sabedoria, da guerra e da justiça.
Fonte: Polícia Civil-MT