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sexta-feira, julho 26, 2024
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Mulher é expulsa de voo por se recusar a despachar notebook, e aérea alega ‘motivo de segurança’

Uma mulher negra, identificada como Samantha, foi expulsa de um voo que ia de Salvador para São Paulo na noite desta sexta-feira (28). Uma passageira, que também estava no avião, contou que a mulher foi obrigada a deixar a aeronave por não querer despachar a única mochila que carregava. Isso porque a bagagem continha um notebook, e a orientação de todas as companhias aéreas é que objetos eletrônicos sejam levados pelos donos dentro da aeronave e não sejam despachados. 

O caso foi gravado por alguns passageiros e viralizou nas redes sociais.

Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver três agentes da Polícia Federal — chamados pelos funcionários da Gol — ao tentarem fazer a retirada de Samantha da aeronave.

No entanto, ela questiona o motivo pelo qual deveria sair do avião, e um dos policiais responde: “Estou lhe retirando da aeronave por determinação do comandante”. Em seguida, outro agente diz que o piloto alegou que ela precisaria sair por “questões de segurança”.

Samantha explica que tentou colocar sua mochila — conforme recomendação da companhia aérea — no bagageiro de cima por ter objetos eletrônicos. Como o voo estava lotado, ela teve dificuldades em achar um espaço para sua mala. Segundo ela, nenhum comissário de bordo se prontificou a ajudá-la, apenas dois passageiros.

“Se eu despachasse, o meu laptop iria ficar aos pedaços. Os comissários não moveram nenhum dedo para me ajudar. Quem me ajudou foram esses dois senhores. Em três minutos, demos um jeito e conseguimos colocar a minha mochila”, detalhou.

Em seguida, ela contou que os funcionários da Gol disseram que se o avião pousasse em outro aeroporto, fora do previsto, a culpa seria dela. “Ao invés de me ajudarem, disseram que, se a gente pousasse em Guarulhos, a culpa seria minha por não querer despachar a mochila e não porque o voo está mais de duas horas atrasado. O engraçado é que eu coloquei a mochila no compartimento há mais de uma hora, e mesmo assim o voo não decolou.”

Em nota, a Gol informou que a cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos destinados à mala e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo. “Lamentamentos os transtornos causados aos clientes, mas reforçamos que, por medidas de segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções”, escreveu.

A Fiocruz, onde Samantha faz mestrado em Bioética, afirmou que a aluna foi “vítima de racismo e violência contra a mulher pela forma de tratamento dispensada a ela tanto dentro do voo, pela tripulação, como pelos agentes da Polícia Federal, convocados pela cia. aérea para retirá-la à força sem justificativa”.

Veja a nota da Gol na íntegra

“A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador-Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso.”

Por Gabrielle Pedro

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