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Miss Mato Grosso esta pronta para Miss Universo Brasil 2023

A Miss Mato Grosso Bárbara Reis, de 25 anos, já está em São Paulo para disputar o Miss Universo Brasil 2023 (08). Bárbara é natural de Sinop e, superando um histórico de abuso sexual cometido pelo seu pai, conquistou a coroa de Miss Mato Grosso no mês de maio, e hoje possui um projeto social denominado DESI (Descomplicando Educação Sexual Infantil).

O projeto busca disseminar informação sobre sexualidade e prevenção à violência na infância -principalmente nas redes sociais, onde tem mais de 100 mil seguidores, no total, em suas contas pessoais.

A cerimônia será realizada no Pátio Welucci, no Brooklin, em São Paulo. De acordo com a organização do concurso, a premiação deste ano deve ultrapassar os R$ 150 mil.

Na primeira etapa 16 candidatas serão escolhidas, sendo 15 participantes e uma escolhida por voto popular, que ocorre em votação aberta pela internet até o dia da final no site.

HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO E O PROJETO SOCIAL DESI.

Bárbara enfrentou o doloroso período de oito anos em que foi vítima de repetidos abusos sexuais, agressões e ameaças dentro do ambiente familiar. Essa angústia se estendeu desde os 8 até os 16 anos de idade, até que, incapaz de suportar mais essa situação, ela reuniu coragem para revelar à sua mãe que estava sofrendo violência sexual por parte de seu pai. O impacto devastador desse crime afetou profundamente a vida de ambas, levando-as a tomar a decisão de deixar a cidade em que residiam, no Pará, e buscar refúgio em Sinop, no Mato Grosso, onde tinham um parente morando.

Bárbara Reis sofreu violências na infância que qualquer um preferiria esquecer. Ela própria optou por não falar do assunto enquanto tentava seguir adiante, construindo uma bem-sucedida carreira de miss em seu estado, Mato Grosso. Mas os traumas ficaram ali, guardados, até que vieram à tona em um momento que ela não imaginava: a entrevista para um concurso de beleza.

“Os jurados perguntaram sobre a minha trajetória, a minha história, e eu acabei contando porque foi algo que aconteceu praticamente minha infância inteira, não tinha como passar essa página”, conta a modelo, que, aos 25 anos, acaba de ser eleita Miss Universo MT, o título máximo de seu estado. “Chorei bastante, chorei de soluçar. Foi aí que eu vi que precisava de ajuda.”

Dali em diante, Bárbara lutou para se reconstruir. Buscou terapia, recuperou sua autoestima e começou a competir em concursos de beleza. Depois daquela crise de choro diante dos jurados, percebeu que falar sobre o assunto lhe trazia alívio.

Mais do que isso, viu que poderia usar sua visibilidade para levar a outras crianças e jovens o que ela não teve: informação para saber que estava sendo vítima de um crime, que não era sua culpa e que poderia pedir ajuda a alguém de sua confiança.

Convidada para dar palestras em escolas como representante dos títulos de beleza que havia conquistado, ela passou a mencionar os crimes dos quais havia sido vítima na infância. Queria mostrar que sua vida não era “a de uma princesa morando em um castelo”, mas a de uma garota real que foi vítima de uma violência extremamente comum e naturalizada pela sociedade.

Ao escolher uma causa para representar -algo que se costuma esperar das misses-, Bárbara decidiu transformar seu trauma em ativismo e lutar pela prevenção de violências sexuais contra crianças e adolescentes.

Surgiu assim o projeto Desi (Descomplicando Educação Sexual Infantil), que busca disseminar informação sobre sexualidade e prevenção à violência na infância -principalmente nas redes sociais, onde tem mais de 100 mil seguidores, no total, em suas contas pessoais.

Na página do projeto no Instagram, iniciada em julho do ano passado, ela posta dicas sobre o tema para pais, professores e outros profissionais da infância. “Precisamos conversar com as nossas crianças, falar sobre intimidade, privacidade, falar sobre seu corpo!”, diz, em um dos posts.

O foco na prevenção foi inspirado em sua própria experiência. “Eu não queria falar apenas ‘denuncie’, porque se fosse só isso eu não teria demorado oito anos para denunciar. Quero evitar que isso aconteça com outras crianças. Eu poderia ter evitado muita coisa se o conhecimento tivesse chegado até mim, se eu soubesse que meu corpo é meu e ninguém pode tocar, que eu não tinha culpa”, diz.

VOTE E AJUDE

Na primeira fase da competição, uma vaga será reservada para o voto popular, desta forma você pode colaborar com Bárbara entrando no site do concurso e votando.

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