A vitamina D, que cientificamente é conhecida como um hormônio com papel crucial no metabolismo ósseo, na absorção de cálcio e fósforo e no funcionamento do cérebro, tem uma relação com aquela gordurinha abdominal que se acumula ao longo dos anos. Essa é a descoberta de um estudo feito pela Universidade Federal de São Carlos em parceria com o University College London, da Inglaterra.
Durante quatro anos, os pesquisadores acompanharam mais de 3 mil pessoas acima de 50 anos divididas em dois grupos: um de homens com circunferência de abdômen maior que 102 centímetros e mulheres com mais de 88, considerados com obesidade, e o outro com medidas abaixo dessas.
“Aquelas com obesidade abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência de vitamina D e 64% mais risco de desenvolver deficiência de vitamina D nos quatro anos subsequentes”, conta Tiago da Silva Alexandre, do Departamento de Gerontologia da UFSCAR.
A pesquisa, divulgada, revelou que o acúmulo de gordura abdominal tem papel importante no “sequestro” da vitamina D que circula pela corrente sanguínea.
“Metabolicamente, a gordura que está ali acumulada no abdômen, ‘sequestra’ a vitamina D circulante. Isso aconteceu independente da idade, independente do sexo, independente da renda, independente da escolaridade, independente de se a pessoa vive sozinha ou não”, diz Tiago.
Vitamina D e autonomia para pessoas mais velha
Além disso, os estudos indicaram que bons níveis de vitamina D também podem garantir uma maior autonomia para as pessoas mais velhas.
“A gente observou que as pessoas que tinham deficiência de vitamina D tinham 70% mais risco de evoluir para diminuição da força, o que aumenta o risco da pessoa começar a ter dificuldade para fazer as coisas no dia a dia” .
Por Globo Repórter