Iniciada antes da pandemia, a reestruturação do Grupo Globo gerou a demissão de atores, diretores, autores, produtores, apresentadores, repórteres e profissionais em outras funções.
Apesar dos cortes, a emissora registrou prejuízo nos últimos dois anos, ainda que o faturamento tenha crescido. As despesas com as operações estão cada vez mais altas, problema que afeta todas as emissoras.
A falta de lucro real não abala a saúde financeira do grupo da família Marinho. No final de 2022 havia R$ 15 bilhões em caixa. Sob controle, as dívidas somavam R$ 5,5 bilhões.
Abrir mão de centenas de talentos parece ter sido uma ‘escolha de Sofia’ para garantir os investimentos. A Globo pretende repetir em 2023 o que aplicou no ano passado: cerca de R$ 5 bilhões na produção de conteúdo e R$ 1,5 bilhão em novas tecnologias.
O objetivo é se consolidar como uma ‘mediatech company’, ou seja, uma empresa de mídia adepta de diferentes tecnologias para criar, exibir e comercializar seus conteúdos. No caso da Globo, além da atuação como TV, oferece serviços em plataformas de streaming e aplicativos.
Líder de audiência na televisão aberta e com canais pagos entre os mais vistos (a exemplo do Viva e da GloboNews), a companhia carioca tem o grande desafio de ampliar a carteira de assinantes do Globoplay. Seu maior concorrente é a Netflix.
Recentes fenômenos de visualizações, como a novela ‘Todas as Flores’ e a série ‘Os Outros’ indicam que a empresa está no caminho certo ao direcionar investimentos bilionários ao entretenimento digital.