Tânia Rêgo/Agência Brasil
Segundo o relato, os suspeitos chegaram a deixar o local após agressão ao filho do ministro, mas retornaram com xingamentos
O ministro Alexandre de Moraes, a esposa e os filhos afirmaram em depoimento à Polícia Federal, na segunda-feira (24), que as ofensas e agressões sofridas pela família no aeroporto internacional de Roma, na Itália, há duas semanas, tiveram motivação política e ocorreram com o intuito de constranger o magistrado. A informação foi confirmada pelo R7.
Os cinco depoimentos, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), da esposa e dos três filhos dele, foram realizados por videoconferência na superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
O R7 apurou que, na hora da confusão, o ministro fazia o credenciamento para entrar na sala VIP, quando foi xingado. Já dentro da sala, ele passou a ser gravado e houve gritos. A suspeita Andreia Mantovani teria dito aos filhos do ministro que Moraes havia fraudado as urnas eletrônicas e roubado as eleições. A mulher foi então avisada pelos filhos do magistrado de que, se não parasse, seria gravada e processada.
De acordo com relatos de quem teve acesso ao depoimento, Andreia chamou o marido. Nesse momento, Roberto Mantovani teria avançado contra o filho do ministro e xingado Moraes de ladrão. Foi então que o filho do magistrado pegou o celular para gravá-lo e levou um tapa no rosto, que fez com que seus óculos saíssem do lugar. Roberto foi contido por um estrangeiro.
Após a agressão, os suspeitos foram embora, mas retornaram momentos depois. Segundo o relato, Alexandre de Moraes foi então até eles e disse que era a segunda vez que eles ofendiam e agrediam sua família. Moraes avisou aos suspeitos de que tiraria fotos para identificá-los e de que seriam processados no Brasil. Após mais xingamentos, o ministro e sua família deixaram o local.
Roberto Mantovani Filho, Andreia Mantovani e Alex Zanatta são apontados como os responsáveis pelas agressões ao ministro e seus familiares. Eles foram abordados pela PF no dia 15 de julho, ao desembarcarem no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e responderão em liberdade pelos crimes contra a honra e de ameaça.
Moraes foi xingado e chamado pelos agressores de comunista. O ministro, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conduziu a Justiça Eleitoral durante o pleito de 2022 e é relator dos inquéritos sobre os ataques de 8 de janeiro no STF. O Supremo informou que não vai se manifestar sobre o caso.
Fonte: R7