Foi identificado como Joseph Ibrahim Khargy Junior o ‘herdeiro’ do grupo criminoso comandando pelo faccionado Paulo Witer Faria Paelo, conhecido como WT, que atuava como tesoureiro da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Estado.
Ele foi preso na operação Tempo Extra, deflagrada nesta quarta-feira (10) pela Polícia Civil, em Cuiabá. A ação busca desarticular a atuação da facção no Estado, envolvida com movimentações milionárias relacionadas às atividades de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Os principais alvos da ação já foram investigados no âmbito da Operação Apito Final, deflagrada em abril de 2024, que resultou na prisão de W.T e revelou um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 65,9 milhões.
Alvo do mandado de prisão cumprido nesta quarta-feira, Joseph Ibrahim é apontado como um dos articuladores da continuidade das operações criminosas. Ele teria ficado responsável por “ritmar” uma área em Cuiabá, ou seja, organizar e ganhos e minimizar os riscos de prejuízos.
Segundo as investigações, o criminoso teria papel estratégico na reestruturação financeira da facção após os bloqueios e prisões da Operação Apito Final, além de ser responsável por auxiliar na fuga de comparsas, sendo um suporte logístico de criminosos. As investigações apontaram ainda que o grupo continua com as atividades criminosas, com o objetivo de lavar dinheiro proveniente dos crimes, por meio da movimentação de recursos ilícitos, inclusive por meio de empresas de fachada e aquisição de veículos de alto valor.
Deflagrada em abril de 2024 pela Polícia Civil, por meio da GCCO/Draco, a Operação Apito Final revelou um esquema de lavagem de dinheiro estimado em mais de R$ 65 milhões. Na ocasião, foram cumpridas 54 ordens judiciais, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis.
A investigação, realizada ao longo de dois anos, apontou que o alvo principal utilizava diversas pessoas — entre amigos, familiares e advogados que atuavam como ‘laranjas’, para adquirir imóveis, comprar e vender carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas. A operação é considerada uma extensão direta da Operação Apito Final, já que os alvos de ambas as operações são praticamente os mesmos, o que reforça a tese de continuidade das atividades criminosas por parte do grupo.
A nova ofensiva busca desarticular a organização criminosa, asfixiando financeiramente o grupo, impedindo que ele se reestruture e retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico e a lavagem de capitais.
A OPERAÇÃO
A operação, deflagrada com base em investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado e da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (GCCO/Draco), apura os crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, representando uma nova investida contra o grupo. São cumpridas, na operação, 15 ordens judiciais expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juízo das Garantias, sendo um mandado de prisão preventiva, 10 mandados de busca e apreensão, três de sequestro de veículos e uma suspensão de atividade econômica, além de bloqueios de valores em contas bancárias, no valor de R$ 1 milhão.
A operação integra o planejamento estratégico da Polícia Civil, por meio da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, que tem intensificado o combate às facções criminosas em todo o Estado.
O trabalho também faz parte das ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim). A investigação da GCCO e da Draco é um desdobramento da Operação Apito Final, que teve início após informações de que o líder de uma facção, Paulo Witer Faria Paelo, conhecido como WT, que foi preso na ação, ainda estava conectado com associados para continuidade das atividades criminosas. Entre os alvos da operação de hoje, estão integrantes do grupo criminoso que teriam assumido a responsabilidade de dar continuidade às ações criminosas do líder.
Por Amanda Divina