Investigado por desmate químico no Pantanal Mato-Grossense e multado em R$ 2,8 bilhões, o pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, tentou embarcar em um avião com 50 cartuchos calibre 9mm em Rondonópolis e chegou a ser autuado pela Polícia Federal. Além deste, o fazendeiro responde a outros processos.
A apreensão ocorreu em novembro do ano passado, durante inspeção de rotina. A PF abriu inquérito para investigar Claudecy por possível crime do Sistema Nacional de Armas na 3ª Vara Criminal De Rondonópolis.
O pecuarista se tornou nacionalmente conhecido após reportagem nacional de domingo (14) que mostrou o maior dano ambiental já registrado em Mato Grosso.
Conforme as investigações, os crimes contra o meio ambiente foram praticados em ações reiteradas em imóveis rurais de Barão de Melgaço, inseridos integralmente no Pantanal Mato-grossense, mediante o uso irregular de agrotóxicos em área de vegetação nativa. O desmatamento ilegal ocasionou a mortandade das espécies arbóreas em pelo menos 7 imóveis rurais, com a destruição de vegetação de área de preservação permanente (APP) e da biodiversidade.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) chegou a pedir a prisão de Claudecy e mais duas pessoas, contudo, a justiça negou. O MP recorreu da decisão.
A área desmatada pelo fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes é maior que pelo menos 10 municípios do estado. Investigação conduzida pela parceria entre Polícia Judiciária Civil, Ministério Público, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Indea e Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) mostram que o pecuarista é responsável pelo maior dano ambiental causado por uma só pessoa em todo o estado e a área equivale a 81 mil hectares.
Segundo levantamento feito pelo GD junto aos dados do Instituto Mato-grossense de Terras (Intermat), a área em fazendas de Barão de Melgaço é maior que Araguainha (67,5 mil há), Arenápolis (42 mil há), Curvelândia (35,6 mil há), Indiavaí (59,2 mil), Ponte Branca (70 mil há), Ribeirãozinho (62 mil há), Rio Branco (53 mil há), São José do Povo (49 mil ha), São Pedro da Cipa (34 mil há) e até Várzea Grande (72 mil há).
Pablo Rodrigo/pjcmt