O ex-vereador Robinson Cireia (PT) e o suplente de vereador Léo Rondon (PT) protocolaram, nesta terça-feira (26), um requerimento de instauração de Comissão Processante contra o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), na Câmara de Cuiabá. O documento encaminhado ao Protocolo da Casa de Leis afirma que o prefeito feriu o Estatuto de Criança e do Adolescente (ECA) ao expor menores durante um evento na Escola Estadual Alice Fontes. Na ocasião, ele gravou um vídeo enquanto questionava cálculos aos estudantes e debochava da resposta errada.
Enquanto protocolavam a denúncia, Robinson afirmou que as ações do prefeito são inaceitáveis diante da falta de responsabilidade e maturidade. Segundo ele, ao gravar e expor os menores, o gestor os expõem a situação vexatória na escola e internet.
Cireia, que também é professor, argumentou que, ao invés de atacar as crianças com dificuldades, o prefeito deveria se preocupar com a qualidade de ensino. O ex-vereador ainda afirmou que o comportamento do prefeito é semelhante ao do mesmo aluno que pratica bullying em âmbito escolar.
“Quando você nota uma criança com dificuldades no aprendizado, você não expõe ela para a sociedade. Você chama ela e você educa. Nós, professores, não podemos fazer isso. O que eu vou fazer com ela? Vou ridicularizar para os alunos? Vou expor na minha rede social? E isso é feito pelo prefeito. Como que ele faz isso? Como que ele mantém isso? Isso é inaceitável”, destacou o parlamentar.
Léo Rondon, por sua vez, foi mais enfático e acusou o prefeito de praticar um “linchamento público” contra as crianças.
Rondon mencionou que, no requerimento de abertura de processo, há prints de comentários nas redes sociais do prefeito que corroboram a acusação. Ele fez um apelo à Câmara de Cuiabá para investigar o caso.
“Cabe destacar que o prefeito feriu o Código de Ética da Prefeitura de Cuiabá com a publicação que fez. Aquilo é um linchamento público contra crianças. A legislatura da Câmara de Cuiabá tem a oportunidade de dizer para a população cuiabana se vai continuar ou não sendo a casa dos horrores. Porque, infelizmente, quem está na cadeira de prefeito transformou o Palácio Alencastro no Palácio dos Horrores. E é por isso que a gente está aqui protocolando isso, para que a instituição competente de fiscalizar os atos do prefeito dê sua posição à sociedade cuiabana”, finalizou.
O pedido será analisado pela Casa e colocado para votação.
Por Fred Moraes