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Após ingerir sopa em intercâmbio nos EUA, Cláudia Celada não conseguia mais movimentar o corpo e dependia de uma sonda para comer
A jovem comerciária Cláudia de Albuquerque Celada, de 24 anos, contraiu uma bactéria rara e desenvolveu botulismo, uma grave doença neurológica, durante um intercâmbio em Aspen, nos Estados Unidos. Ela ingeriu uma colherada de sopa industrializada e apresentou sintomas logo em seguida.
Cláudia planejava retornar a São Caetano do Sul (SP) em abril. Porém, após ingerir a sopa, adoeceu. “Senti muito cansaço, tontura, visão turva. Dormi o dia inteiro. Comecei a sentir falta de ar pela madrugada. Liguei para brasileiras que conheci em Aspen [para pedir ajuda]”, relatou a brasileira ao UOL.
De acordo com Cláudia, após a piora de seu quadro, suas amigas ligaram para sua irmã, Luísa Albuquerque, que viajou para os Estados Unidos uma semana depois do primeiro contato com as brasileiras. O diagnóstico de botulismo foi confirmado 15 dias após a deterioração de sua saúde. “Foi apenas uma colher”, relatou.
A brasileira foi intubada e transferida de helicóptero para o Swedish Medical Center, em Denver, com o corpo totalmente paralisado. Apesar disso, ela permaneceu consciente na maior parte do tempo, com “somente o corpo não respondia aos comandos”.
Por estar nos Estados Unidos, onde não há um sistema público de saúde, a família de Cláudia organizou uma vaquinha para cobrir os custos hospitalares no exterior e a UTI aérea necessária para trazê-la de volta ao Brasil. O seguro de saúde cobriu aproximadamente US$ 100 mil das despesas, mas esse valor já foi completamente utilizado
Antes de retornar ao Brasil, Cláudia foi visitada pela secretária de saúde de Aspen, que informou que ela seria incluída em um programa de assistência do governo dos Estados Unidos, o que poderia auxiliar no pagamento de parte das despesas hospitalares. De acordo com o UOL, a dívida do hospital já alcança R$ 10 milhões.
Mesmo após retornar ao Brasil para se reencontrar com familiares e amigos, a situação de Cláudia permanecia grave. Ela estava dependente de um respirador artificial e se alimentava por sonda, sem apresentar movimento corporal significativo. “Ela não conseguia segurar um celular. Embora já mexesse os dedos e pulsos, não tinha força alguma”, relatou. Ela precisou de uma equipe com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos para a recuperação.
Primeira alta
Após a primeira alta, Cláudia precisou de auxílio médico em casa. Ela conseguia andar alguns metros, mas ainda utilizava sonda de alimentação e traqueostomia. Chegou a ser internada novamente devido a inchaço nas glândulas do pescoço, mas recebeu alta “sem a traqueostomia e sem a sonda”.
De acordo com o médico Luís Felipe Silveira Santos, supervisor da UTI adulto do Hospital São Luiz São Caetano, Cláudia deve se recuperar bem e sem sequelas.
De acordo com o Ministério da Saúde, o botulismo é uma doença neuroparalítica grave, rara, não contagiosa, causada pela ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. A pessoa é infectada quando o agente etiológico entra no organismo por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados.
Fonte: Metrópoles