Polícia Civil de flagrou nesta quarta-feira (19) a Operação Corrupção Delivery, que tem como objetivo cumprir 22 ordens judiciais contra investigados por corrupção na Prefeitura de Rio Branco (356 km ao Oeste de Cuiabá). Quatro pessoas foram presas, entre elas duas secretárias municipais, o procurador e o chefe de gabinete do prefeito e um empresário.
De acordo com as informações da assessoria de imprensa, a investigação apontou que o grupo estava desviando recursos da prefeitura com o lançamento e pagamento de serviços não realizados por meio de notas fiscais emitidas pela empresa de Jussemar Rebuli Pinto, investigada por fraudar o concurso público da Prefeitura de Mirassol D’Oeste.
Entre os alvos estão, Kelly Elenice Freres Coqueiro, secretária de Administração, Marília Pereira, secretária de Finanças e André da Conceição Paiva, chefe de gabinete. Além das prisões, eles foram afastados judicialmente dos cargos.
Estão sendo cumpridos ainda mandados de busca e apreensão contra dois advogados da cidade, bem como o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 165 mil e um veículo. O contrato entre a empresa de Jussemar e a prefeitura foi suspenso. Na casa de uma das secretárias, durante o cumprimento dos mandados, investigadores apreenderam R$ 6,5 mil em espécie.
Esquema
No esquema descoberto, o grupo atuava em forma de delivery, encomendando via telefone notas fiscais com o empresário J.R.P, indicando um falso serviço a ser lançado. Depois, recebiam os valores na conta de terceiros.
Delegado Jean Paulo Nascimento explicou que não tinha serviço prestado, de fato. Tudo não passava de uma falsificação para desviar dinheiro público.
Os inícios começaram quando a polícia investigava a morte do empresário e advogado Francisco de Assis Silva, em 2021, na cidade de São José dos Quarto Marcos.
Jussemar foi indiciado como mandante do crime e chegou a ser preso de forma preventiva no decorrer da investigação. Foi solto logo em seguida com um habeas corupus.
Ele é dono/sócio de várias empresas que prestam serviços para algumas prefeituras da região Oeste. Ele atua no ramo de licitação e contratos com as administrações, prestando serviços, especialmente, em áreas ligadas a concursos públicos, serviços de engenharia, fornecimento de softwares, fornecimento/licenciamento de sistemas de gerenciamento de contabilidade, tesouraria, tributos, entre outros.
Com base na análise do celular dele, a polícia apontou que ele conversa de forma habitual com pessoas da prefeitura de Rio Branco.
Áudios e mensagens foram extraídos, constatando uma clara relação, estável e permanente, entre ele e os servidores durante a prática do crime.
Os envolvidos no esquema são investigados pelos delitos de associação criminosa, peculato, falsidade ideológica e lavagem de capitais.
Por Yuri Ramires/Foto:Divulgação/PJC