Os produtores de soja em Mato Grosso estão preocupados com a safra de soja 2023/2024. Até o dia 3 de novembro, 83,32% da área de soja foi semeada, conforme dados do Imea. A falta de chuva e as altas temperaturas ameaçam prejuízos significativos.
Fernando Cadore, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), está preocupado com as condições das lavouras. Ele destaca: “Altas temperaturas, com até 25 dias sem chuva, têm comprometido consideravelmente o desenvolvimento das lavouras, causando prejuízos difíceis de mensurar e replantios que ainda serão avaliados.”
Além do risco na área já semeada, alguns produtores aguardam para iniciar o plantio. A semeadura deste ano está atrasada. Em 2022/2023, o plantio da soja no mesmo período tinha alcançado 93,57%. “Estamos sofrendo demais com a estiagem. Se conseguir 55 sacas por hectare de média seria um fato histórico”. disse o produtor Renan Poletto, em Sorriso.
O atraso e a escassez têm levado produtores a descartar o plantio do milho na safrinha, o que pode causar impactos na economia global. “Infelizmente, não temos nenhum hectare plantado devido à falta de chuvas. A cultura do milho safrinha tornou-se inviável para nós. Se fizermos uma conta simples, se plantássemos hoje um material de 120 dias, colheríamos por volta do dia 7 de março. Portanto, extrapolamos a janela. Os pedidos de sementes que tínhamos foram cancelados. O impacto é muito grande”, afirma o engenheiro agrônomo Leonardo Marascas.
Nesta semana, o Imea divulgou o terceiro levantamento de safra 2023/24 para o milho. As projeções apontam uma extensão de 7,202 milhões de hectares com o cereal, 1,08% a menos do que o projetado em outubro de 7,281 milhões de hectares. Ou seja, 78.787 mil hectares a menos na variação mensal. Em relação à safra 2022/23, o decréscimo sobe para 3,86%.