Diferentemente do sal marinho, elemento é encontrado em jazidas subterrâneas formadas pela evaporação de porções do oceano

O sal-gema, extraído em Maceió pela petroquímica Braskem, é muito mais do que uma simples versão do sal de cozinha. Neste artigo, vamos nos aprofundar na natureza desse produto milenar, suas características únicas e os desafios que sua extração tem apresentado para a região. Além disso, discutiremos como a Braskem tem desempenhado um papel central nesse cenário e os impactos ambientais que vêm acompanhando essa prática.

O Sal-Gema e sua Diferença do Sal Comum

Ao contrário do sal marinho comumente encontrado em nossas cozinhas, o sal-gema tem origens fascinantes. Este elemento é extraído de jazidas subterrâneas formadas ao longo de milhares de anos, a mais de 1.200 metros da superfície, na sexta camada da terra. Sua obtenção ocorre por meio da evaporação de porções do oceano, resultando em um produto enriquecido por uma variedade de minerais.

Em contraste com o sal comum, o sal-gema não é um item de consumo culinário rotineiro. No entanto, uma exceção notável é o sal-gema rosa do Himalaia, comercializado na maioria dos supermercados devido às suas características regionais únicas. A distinção crucial entre eles reside no teor de cloreto de sódio em suas composições.

Usos Industriais do Sal-Gema e sua Importância

O sal-gema vai muito além de ser um condimento para nossos alimentos. É altamente valorizado pela indústria, sendo a matéria-prima essencial para a produção de uma variedade de produtos, incluindo itens higiênicos, farmacêuticos e componentes fundamentais como soda cáustica (NaOH), bicarbonato de sódio (NaHCO₃) e PVC. Sua presença em diversas cadeias produtivas destaca sua importância estratégica.

A Extração de Sal-Gema e os Desafios em Maceió

A Braskem, como uma das principais empresas no cenário da petroquímica, desempenha um papel central na extração de sal-gema em Maceió. No entanto, esse processo não vem sem consequências. A última atualização da Defesa Civil de Maceió revela que o deslocamento vertical acumulado na mina 18 da Braskem atingiu quase 2 metros. Essa movimentação do solo é uma preocupação séria e tem sido objeto de estudo há mais de uma década.

Impactos Ambientais e Alertas Científicos

Os danos potenciais causados pela extração de sal-gema em Maceió não são recentes. Há mais de dez anos, cientistas alertaram para os riscos dessa prática, indicando que as ações da Braskem estavam contribuindo para o aumento do nível do lençol freático em Maceió. Esse fenômeno, por sua vez, poderia desencadear o afundamento do solo, uma realidade que agora está se concretizando.

A Defesa Civil, ciente dos riscos, continua a recomendar à população que evite transitar em áreas desocupadas sujeitas a movimentações do solo, até que novos dados de monitoramento forneçam uma visão mais precisa da situação.

Considerações Finais: Desafios e Sustentabilidade

Em conclusão, a extração de sal-gema em Maceió é um processo complexo que envolve não apenas a produção de um recurso valioso para a indústria, mas também desafios ambientais significativos. O equilíbrio entre o desenvolvimento industrial e a preservação ambiental torna-se crucial. A conscientização sobre os impactos e o diálogo contínuo entre as partes interessadas são passos essenciais para encontrar soluções sustentáveis que permitam a coexistência harmônica entre a atividade industrial e a preservação do meio ambiente em Maceió.

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Fonte: R7