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Rio Paraguai, no Pantanal, atinge o menor nível em 124 anos de medição

Everton Pereira/Governo MS

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), a cota do Rio Paraguai em Ladário (MS) chegou a -68 cm nessa quarta-feira (16/10)

A seca extrema segue intensa em algumas regiões do Brasil. No Pantanal, o Rio Paraguai atingiu o menor nível da série histórica nessa quarta-feira (16/10). Conforme a medição feita pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), na estação de monitoramento de Ladário (MS), a cota atingiu -68 cm.

Essa é a menor marca em 124 anos de monitoramento. A estação de Ladário é uma das mais antigas do Brasil e reflete bem o contexto de seca vivenciado no Pantanal sul-mato-grossense.

A Bacia do Rio Paraguai, como um todo, enfrenta baixas históricas. Em Porto Murtinho (MS), bem perto do trecho em que o rio sai do território nacional, a cota atingiu a marca de 60 cm, também a menor já registrada para o local e 13 cm abaixo da cota mínima anterior, que era de mais de 50 anos atrás.

Seca tende a se agravar na região

Os dados foram informados no último boletim divulgado pelo SGB. De acordo com o serviço, as chuvas seguem abaixo do normal na região e o quadro pode ser agravar ainda mais.

“Com base no prognóstico e nas informações passadas, é provável que o nível do rio em Ladário continue baixo e, considerando os anos mais críticos, pode permanecer abaixo de 10 cm até a primeira quinzena de dezembro. Isso sugere que o rio pode descer ainda mais ou se manter nesse patamar crítico por algumas semanas”, informa o texto do boletim.

A previsão meteorológica para as próximas duas semanas indica um total de 32 mm de chuva para a região. Se ocorrer, de fato, pode ser o início de uma recuperação dos rios, especialmente nas proximidades de Cáceres (MT), Ladário (MS), Porto Murtinho (MS) e Forte Coimbra, distrito de Corumbá (MS).

De acordo com o SGB, o déficit de chuva na região, entre outubro de 2023 e setembro de 2024, foi de 395 mm. O aguardado para o período era, pelo menos, 1.097 mm, mas o total registrado foi de apenas 702 mm.

Nos últimos cinco anos, o acumulado desse déficit já é de 1.020 mm. Esse total equivale a um ano de chuvas. É como se, nos últimos cinco anos, tivesse faltado um ano hidrológico inteiro na região.

Fonte: Metrópoles

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