Em agosto de 2024, o valor médio das vendas da safra 2023/24 caiu para R$ 128,51/@, uma redução de 2,57% em relação ao mês anterior
Preços do algodão despencam e impactam comercialização em Mato Grosso
A comercialização do algodão em Mato Grosso, estado líder na produção da fibra no Brasil, enfrenta um momento delicado com a queda acentuada nos preços. Em agosto de 2024, o valor médio das vendas da safra 2023/24 caiu para R$ 128,51/@, uma redução de 2,57% em relação ao mês anterior.
As vendas de algodão no estado, que movimentam o setor agrícola, registraram um dos piores desempenhos dos últimos anos. Até o momento, apenas 67,62% da produção da safra 2023/24 foi comercializada, mostrando um avanço mensal modesto de 2,32 pontos percentuais em agosto. Para a safra futura (2024/25), o cenário também não é animador: apenas 21,84% da produção estimada foi vendida, e os preços continuam em queda. Em agosto, o valor médio da safra futura foi negociado a R$ 127,57/@, uma baixa de 4,70% em relação a julho.
“Estamos vendo uma pressão significativa nas cotações devido à expectativa de uma oferta global elevada. Isso está desmotivando os produtores, que aguardam melhores condições de preço para negociar suas safras”, destaca Cleiton Jair Gauer, superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O poliéster, por exemplo, viu seu preço cair 5,70% na última semana, em resposta à queda nos preços do petróleo. Essa competição direta aumenta o desafio para os produtores de algodão, que já enfrentam dificuldades para competir com o mercado internacional.
Mesmo com o início do ciclo de exportações da safra 2023/24 em agosto, as negociações internacionais também foram impactadas. Mato Grosso exportou 63,89 mil toneladas de algodão no mês, respondendo por 57,17% dos embarques nacionais. Apesar do volume expressivo, o ritmo é mais lento em comparação a anos anteriores, e os preços mais baixos continuam a limitar as negociações.
A China, um dos maiores compradores de algodão, reduziu suas compras em agosto, após o governo chinês diminuir as cotas de importação. Essa medida visa proteger os produtores locais, mas acabou afetando as exportações mato-grossenses. Paquistão e Vietnã assumiram a liderança como principais destinos da pluma brasileira, mas com valores menores do que o esperado.
O Imea prevê que as exportações estaduais possam atingir um recorde de 1,79 milhão de toneladas até o final do ciclo em julho de 2025, mas o impacto da queda nos preços será um desafio constante nos próximos meses.
Fonte: VGN