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Pesquisa mostra que Mato Grosso tem 134 mil analfabetos com 15 anos ou mais

Mato Grosso possui 134 mil habitantes, com 15 anos ou mais, analfabetos. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua mostram que a taxa de analfabetismo, a partir desta faixa etária, diminuiu no Estado, de 5,6% para 4,9%. Apesar da queda, os números indicam que Mato Grosso caminha a passos lentos para solucionar o problema, pois a meta do Plano Nacional de Ensino (PNE) é zerar essa taxa até o ano que vem.
Filha de pais analfabetos, Kelly Ribeiro da Silva tem 32 anos e abandonou os estudos no 2º ano do ensino fundamental, aos 15 anos de idade.

Ela morava com o pai, um alcoólatra que não se importava com os estudos da filha. Conta que sofria muita violência dentro de casa e não importava a hora, tinha que fazer serviços domésticos ou sair para comprar bebida. Dessa forma, não sobrava tempo para ir à escola ou para fazer as tarefas escolares. “Eu não tinha o sossego de pegar o caderno e tentar, ao menos, soletrar o que a professora mandava, eu não tinha isso”, desabafa. Aos 15 anos, Kelly fugiu da casa do pai e foi morar com a mãe, mas também não voltou para a escola. 

Caso quisesse frequentar uma unidade escolar, precisava acordar às 4h e atravessar uma região de mata para pegar o ônibus. Pouco tempo depois, ela se envolveu com um rapaz e engravidou. Ao mudar para Cuiabá, não tinha com quem deixar a filha
e, por isso, decidiu abandonar de vez os estudos.

Diariamente ela passa por dificuldades, como para pegar o ônibus, acessar o sistema do banco e até para matricular a filha no colégio, pois o sistema de matrículas é totalmente digital e isso dificultou o acesso da família.

Kelly conhece pessoas que sempre questionam quando, e se, ela voltará a estudar. Retornar aos estudos e aprender
a ler e a escrever é um sonho, mas para outro momento. Mãe de cinco filhos, sendo que a mais velha tem 15 anos e o mais
novo dois, ela não pode estudar até que eles cresçam.

 “É muito sofrido. A partir do momento em que a pessoa não sabe ler, a pessoa não é ninguém. Se eu voltar a estudar e aprender a ler e escrever já é alguma coisa, mas o único curso que quero fazer depois é de cozinhar, que eu gosto de cozinhar”. 

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