“Eu estou preparado para tudo. Tomara que o encontrem vivo, mas se estiver morto, pelo menos a gente poderá dar um enterro digno”. Este é o apelo de Osvaldo Pedroso, pai de Oscar da Silva Pedro, 17, que saiu de casa para comprar refrigerante em 27 de junho de 2023 e sumiu.
O pai contou ao GD que os dias têm sido uma mistura de agonia e esperança nos últimos 8 meses em que não sabe onde seu filho está. Ele registrou boletim de ocorrência sobre o desaparecimento, mas as informações da investigação também são escassas.
Osvaldo lembra que era uma quarta-feira quando o filho chegou do trabalho e conversou com o pai rapidamente. Ele pegou sua moto e saiu para comprar uma lâmina de barbear, voltou e depois saiu a pé até o comércio na rua de traz adquirir um refrigerante e desapareceu.
O pai é pedreiro e conta que o filho trabalhava como servente na obra de outro profissional. Devido ao novo emprego, passou a trabalhar de noite para conciliar as atividades.
“Ele queria trabalhar e eu deixei. Como era um menino muito esforçado, dei a moto para ele e no dia ele não saiu com ela”, lembra o pai.
Naquela noite Osvaldo dormiu cedo e não viu que o filho não voltou para casa. A esposa o alertou sobre o sumiço e logo começou a procura. Por volta das 17h do dia 28 de junho veio a única informação sobre o menino após ele sair de casa. Uma ligação anônima dizia ao tio que “tinham matado Oscar”. “Quando tentamos saber mais, a pessoa desligou. Nunca mais houve qualquer ligação”, relata o pai.
O pedreiro diz que o filho não tinha qualquer transtorno psicológico e nunca percebeu comportamento diferente que sugerisse o uso de entorpecentes. Ele não tinha passagens criminais, nem desavença na cidade. No dia do desaparecimento não houve briga. Era mais um dia comum na vida de família.
No dia 28 um boletim foi registrado, mas sem sucesso em achar o adolescente. Uma vez policiais pediram que a família saísse de casa, pois a Inteligência da polícia havia encontrado uma ligação com possível plano de ataque à família. “A gente ficou com medo, apesar de não dever nada para ninguém. Saímos e depois nos mudamos”, conta.
Osvaldo quer saber onde está o filho e porque ele sumiu. “A gente vê por aí gente que matou, roubou, andando tranquilo pela cidade. Cadê meu filho?”, questiona.
Depois da recomendação para sair de casa, não houve qualquer atualização por parte da Polícia Civil no caso. “Vou à delegacia e eles que perguntam se eu sei de novidades. Mas se eu preciso apurar, para que vou até eles? Tem muita gente sumindo em Chapada e ninguém faz nada”, acusa.
Quem tiver informações que possam ajudar na localização do jovem deve ligar para a Polícia Civil no (65) 3301 1260 ou com o pai pelo telefone (65) 9 9353 5148.
A Polícia Civil foi procurada, mas não encaminhou resposta sobre o questionamento do pai.
Jessica Bachega/Foto:Reprodução