33.6 C
Mato Grosso
quinta-feira, novembro 13, 2025
spot_img
HomeVariedadesO parasita de píton que foi encontrado vivo no cérebro de humana

O parasita de píton que foi encontrado vivo no cérebro de humana

No início de 2021, uma jovem de 21 anos, moradora do sudeste de Nova Gales do Sul, na Austrália, começou a sentir dores no abdômen, febre, diarreia, tosse e dificuldades para respirar.

Ao procurar atendimento no Hospital de Canberra, recebeu a informação de que os sintomas poderiam estar ligados à migração de larvas de lombrigas do intestino para órgãos como fígado e pulmões.

Naquele momento, mesmo após diversos exames, não foi identificado nenhum verme no organismo da paciente. Em 2022, ela voltou a apresentar problemas, desta vez relacionados à memória, dificuldades cognitivas e episódios de depressão. Uma ressonância apontou então uma “lesão incomum” em seu cérebro.

Essa alteração acabou sendo a presença de um verme de oito centímetros de comprimento, que ainda estava vivo dentro do órgão.

Registro inédito na medicina

Pesquisadores da Universidade Nacional Australiana (ANU) e médicos do Hospital de Canberra confirmaram que se tratava do primeiro caso humano de Ophidascaris robertsi – o nome científico do parasita encontrado na paciente.

As pítons-tapete são reconhecidas como os principais hospedeiros naturais desse tipo de verme redondo. “Até onde sabemos, este é também o primeiro registro de infecção cerebral em qualquer mamífero, incluindo os humanos”, explicou o infectologista Sanjaya Senanayake, professor da ANU e coautor do estudo.

Segundo os especialistas, a infecção provavelmente ocorreu quando a mulher coletou folhas de Warrigal, uma planta nativa da região. Esse parasita vive no sistema digestivo das pítons e libera seus ovos através das fezes do animal.

Os pesquisadores acreditam que havia fezes de píton-tapete no local onde a jovem colheu a planta, próxima a um lago perto de sua casa. “A paciente utilizou as folhas de Warrigal na alimentação e foi provavelmente contaminada ao tocar a grama nativa ou ao consumir as verduras”, aponta a pesquisa.

Zoonoses em crescimento

A equipe da ANU alerta que infecções transmitidas de animais para humanos estão cada vez mais frequentes, em parte porque as áreas habitadas por ambos se sobrepõem cada vez mais.

“Nos últimos 30 anos, surgiram aproximadamente 30 novas doenças infecciosas no mundo. Cerca de 75% delas têm origem zoonótica, ou seja, passaram de animais para pessoas. Entre elas estão os coronavírus”, destacou Senanayake.

No caso do Ophidascaris, não existe transmissão entre pessoas, o que descarta a possibilidade de pandemia semelhante à SARS, à COVID-19 ou ao Ebola. Mesmo assim, como tanto as pítons quanto o parasita vivem em outras regiões do planeta, novos episódios semelhantes podem ocorrer.

Do Agência Hora

Noticias Relacionadas
- Advertisment -
Google search engine

Mais lidas