A bolha bolsonarista ultrarradical sobrevive de narrativas, teorias conspiratórias e campanhas permanentes de destruição de reputações. Não poupa adversários — nem aliados. Basta não se curvar às regras da milícia digital que atua como linha de defesa e ataque da família Bolsonaro para virar alvo imediato.

Esse grupo age como se fosse dono exclusivo da direita brasileira. Qualquer gesto fora do roteiro imposto vira motivo para linchamento virtual. O caso mais recente envolve o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, atacado após participar do lançamento do SBT News, em São Paulo, evento organizado pelas herdeiras de Silvio Santos.

No encontro, Tarcísio fez o óbvio para um chefe de Executivo: foi educado, institucional e cordial. Cumprimentou o presidente Lula, conversou e até brincou com o ministro Alexandre de Moraes. Nada além disso. Ainda assim, o gesto foi tratado como “traição” pela falange bolsonarista.

As redes sociais foram tomadas por ataques coordenados, numa tentativa clara de desgastar sua imagem e inviabilizá-lo como opção presidencial em 2026. O movimento escancara o jogo: afastar qualquer liderança que não se submeta integralmente ao clã Bolsonaro e abrir caminho para o candidato da família, o senador Flávio Bolsonaro.

Na lógica dessa milícia digital, diálogo é heresia, civilidade é pecado e a política se resume à submissão. Quem não aceita o cabresto virtual, paga o preço.