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Mesmo com mais área plantada, safra de milho de Mato Grosso deve produzir menos em 2025/26

Mato Grosso, maior produtor de milho do Brasil, deve enfrentar um cenário de ajuste na safra 2025/26. Mesmo com a ampliação da área cultivada, a produção total do cereal tende a cair, puxada por uma produtividade menor após um ciclo recorde.

A projeção foi divulgada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), que aponta aumento da área plantada, mas retorno do rendimento médio a patamares históricos, em um contexto de custos elevados e maior cautela por parte dos produtores.

Área cresce, mas não garante novo recorde

De acordo com o levantamento, a área destinada ao milho em Mato Grosso deve alcançar 7,39 milhões de hectares na safra 2025/26, o que representa um crescimento de 1,83% em relação ao ciclo anterior.

A expansão confirma a importância do cereal para o agronegócio estadual, impulsionado pela demanda interna, especialmente dos setores de ração animal, etanol de milho e exportações.

No entanto, o aumento da área não será suficiente para compensar a redução na produtividade média prevista para o próximo ciclo.

Custos elevados limitam decisões mais agressivas

Segundo o Imea, o avanço da área ocorreu de forma moderada. O principal fator de contenção foi o aumento dos custos de produção, com destaque para fertilizantes, defensivos e outros insumos agrícolas.

Dados do projeto CPA-MT indicam que o cenário de custos elevados exige maior planejamento financeiro, levando os produtores a adotarem uma postura mais conservadora, mesmo diante de preços mais atrativos.

O milho segue como um dos pilares do agronegócio mato-grossense, especialmente na segunda safra, mas o equilíbrio entre risco e retorno tem sido decisivo nas escolhas para 2025/26.

Produtividade menor explica retração na produção

Para a estimativa de rendimento, o Imea utilizou a média das últimas três safras. Com isso, a produtividade projetada ficou em 116,61 sacas por hectare, o que representa uma queda de 6,70% em relação à safra 2024/25.

A redução não está ligada, neste momento, a problemas climáticos específicos, mas sim a um ajuste após uma safra excepcional. O ciclo anterior registrou produtividade recorde, elevando a base de comparação.

Com menor rendimento, a produção total de milho em Mato Grosso foi estimada em 51,72 milhões de toneladas, volume 8,38% inferior ao da safra passada.

Vendas antecipadas avançam com melhora nos preços

Apesar da projeção de menor produção, a comercialização antecipada apresenta ritmo positivo. Até novembro, cerca de 25,23% da safra 2025/26 já havia sido negociada, avanço de 5,69% na comparação anual.

O movimento reflete a melhora nos preços projetados e a busca dos produtores por maior previsibilidade de receita, estratégia cada vez mais comum em cenários de margens apertadas.

Especialistas destacam que a venda antecipada tem sido fundamental para reduzir riscos financeiros e garantir sustentabilidade ao sistema produtivo.

Reflexos para o agro e a economia de Mato Grosso

Como maior produtor de milho do país, qualquer variação relevante na safra de Mato Grosso impacta diretamente a cadeia nacional, influenciando desde a indústria de proteínas até a logística e o mercado exportador.

Ao mesmo tempo, a ampliação da área demonstra confiança no potencial do cereal, mesmo diante de desafios econômicos. O setor aposta em ajustes de manejo, tecnologia e gestão de custos para mitigar os efeitos da menor produtividade.

O cenário segue sendo monitorado por entidades do setor, que avaliam também fatores como clima, mercado internacional e política agrícola.

A safra de milho 2025/26 em Mato Grosso deve marcar um período de acomodação após um ano histórico. Com mais área plantada, mas produtividade menor, a produção total tende a recuar.

O desafio dos produtores será manter competitividade em um ambiente de custos elevados, buscando eficiência e estratégias comerciais que garantam sustentabilidade a um dos principais pilares do agronegócio estadual.

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