O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) e a Energisa estão buscando soluções inovadoras para mitigar os danos causados por incêndios rurais à rede de energia elétrica do estado. A parceria realizou um teste estratégico em Santo Antônio de Leverger com o sistema NEMo, um sensor com Inteligência Artificial desenvolvido pela Nokia.

O principal objetivo é evitar que o fogo, que atinge áreas rurais, interrompa o fornecimento de energia, como ocorreu em 2025:

Focos de Calor: 7.202 focos registrados no período proibitivo.

Ocorrências na Rede: 96 incêndios próximos às estruturas de distribuição.

Consumidores Afetados: 83.934 interrupções no fornecimento de energia.

O sensor NEMo é capaz de detectar um foco de calor e enviar sua localização exata em tempo real para a Central de Controle Integrado da Energisa, possibilitando um acionamento mais rápido do CBMMT e agilizando o combate.

Teste em Campo Confirma Efetividade

O engenheiro de Operação da Energisa, José Otávio Chighine, explicou a fase de validação: “Estamos realizando algumas iniciativas de monitoramento de queimadas na tentativa de verificar quais soluções se adequam às necessidades do estado de tratar os problemas relacionados com queimadas. Essa iniciativa com a Nokia é uma experimentação que quer validar tecnicamente se o sensor funciona e checar se poderá ser aplicado com a efetividade esperada.”

A segunda etapa do teste, em Santo Antônio de Leverger, envolveu a criação de focos de incêndio programados pelos militares. Onze sensores foram posicionados em postes da rede elétrica. O resultado demonstrou a rapidez do sistema:

Pouco mais de dez minutos após o início do fogo, o primeiro sensor, instalado a 46 metros, enviou o aviso.

No total, cinco sensores foram acionados em um intervalo de trinta minutos, sendo um deles a 137 metros de distância, todos na direção do vento.

O coronel BM Rafael Ribeiro Marcondes, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), reforçou que a parceria com a iniciativa privada demonstra que Mato Grosso busca soluções modernas e colaborativas para o enfrentamento de incêndios florestais.

Ele mencionou que a gestão do fogo é uma responsabilidade compartilhada e destacou o SICRAIF (Sistema Integrado de Comando e Controle para Incêndios Florestais) como um exemplo de plataforma que conecta poder público, setor produtivo e sociedade, fortalecendo a prevenção e a resposta.