O Mato Grosso enfrenta uma grave crise de incêndios florestais, com um aumento significativo no número de focos de calor registrados nos últimos dias. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou mais de 390 focos de calor entre sexta-feira (26) e domingo (28), sendo 258 na Amazônia, 127 no Cerrado e nove no Pantanal.
A situação é alarmante, com um aumento de 6,27% em relação ao mesmo período do mês anterior. Somente na sexta-feira, 62 focos de incêndio foram registrados em diversas regiões do estado, incluindo Cuiabá, Barão de Melgaço, Cáceres e a estrada de acesso ao Lago de Manso.
Diante da gravidade da situação, equipes do Corpo de Bombeiros e brigadistas estão trabalhando incansavelmente para conter as chamas. Mais de 70 combatentes foram mobilizados para atuar em diversas frentes, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) das Cabeceiras do Rio Cuiabá, o Pantanal, a Serra do Patrimônio em Pontes e Lacerda e o Parque Estadual Serra de Ricardo Franco em Vila Bela da Santíssima Trindade.
O Batalhão de Emergências Ambientais monitora, por meio de satélites, os incêndios florestais em diversas regiões do estado, como a Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt. Apesar dos esforços das equipes em campo, o combate às chamas é desafiador devido às condições climáticas e à extensão das áreas atingidas.
As causas dos incêndios ainda estão sendo investigadas, mas a estiagem prolongada e as práticas agrícolas inadequadas são apontadas como os principais fatores. A queimada de áreas para a expansão da agricultura e da pecuária é uma prática comum em algumas regiões do estado, e a falta de fiscalização e o descumprimento das leis ambientais contribuem para o aumento dos incêndios.
Os incêndios florestais causam diversos impactos ambientais e sociais, como a perda da biodiversidade, a degradação do solo, a poluição do ar e a intensificação do efeito estufa. Além disso, as chamas podem destruir propriedades, causar prejuízos econômicos e afetar a saúde da população.
Por Rebeca Moraes