Em menos de 24 horas, dois casos distintos em Mato Grosso expõem o perigo e a ilegalidade do uso de linhas cortantes feitas com vidro e cola.
Dois episódios registrados no fim de semana em Mato Grosso reacenderam o alerta sobre o uso criminoso de linhas cortantes, conhecidas como cerol ou linha chilena. Em Nova Mutum, um motociclista de 30 anos ficou ferido após ser atingido por uma dessas linhas. Já em Várzea Grande, uma tragédia: um menino de apenas 9 anos morreu ao ter o pescoço cortado enquanto andava de bicicleta.
O primeiro caso ocorreu na tarde de sábado (25), na Rua São Paulo, a poucas quadras da Avenida Brasil, em Nova Mutum. A vítima, Tales Moraes, analista de e-commerce, contou que seguia para casa em baixa velocidade quando sentiu o golpe no pescoço e no braço.
Foto: Divulgação
“Na hora não senti dor, só o desespero de ver tanto sangue. Foi um susto enorme. Graças a Deus não aconteceu algo pior”, relatou o motociclista.
Tales precisou levar sete pontos em um corte de aproximadamente quatro centímetros de profundidade. Ele reforçou o apelo para que os pais fiscalizem o uso das linhas por crianças e adolescentes.
“Isso é muito sério e pode matar alguém”, alertou.
A Polícia Militar destacou que fabricar, vender ou utilizar cerol é crime e pediu que a população denuncie práticas semelhantes.
Tragédia em Várzea Grande
Enquanto Tales recebia atendimento médico, uma tragédia se desenhava em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Davi Almeida Franco, de apenas 9 anos, perdeu a vida no domingo (26) após ter o pescoço cortado por uma linha de cerol enquanto andava de bicicleta.
Testemunhas tentaram socorrer o menino, mas ele não resistiu e morreu ainda no local. O corpo ficou caído na calçada, em uma área onde moradores costumam soltar pipas.
Davi era filho de uma servidora do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG). O velório ocorre nesta segunda-feira (27), na Capela Santo Antônio, e o sepultamento será no Cemitério Parque Cuiabá.
Em nota, a prefeita Flávia Moretti e o vice-prefeito Tião da Zaeli lamentaram a morte do garoto e prestaram solidariedade à família.
Legislação ignorada
O uso de cerol e materiais semelhantes é proibido em Mato Grosso pela Lei nº 8.845, de 26 de março de 2008, que prevê multa e apreensão dos objetos utilizados. Mesmo assim, o problema persiste em várias cidades, especialmente em períodos de clima seco e ventos fortes.
Autoridades reforçam que o cerol, mistura de cola e vidro moído, é capaz de cortar cabos de energia, provocar acidentes fatais e representar um risco direto à vida de motociclistas, ciclistas e pedestres.
Fonte: PowerMix



