Reprodução
Defensoria de assassinato pediu absolvição alegando que ele possui esquizofrenia paranoide
Momento em que ex-PM mostra aos policiais o que teria acontecido com a vítima
Peritos da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) atestaram que o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, tinha compreensão de seus atos enquanto matava a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni.
Almir é acusado de estuprar e matar a advogada, de 48 anos, no dia 12 de agosto de 2023 em Cuiabá. Ele ainda tentou dissimular a morte de Cristiane, deixando o corpo dela no banco do passageiro de um carro no Parque das Águas.
Conforme informações divulgadas pelo Jornal A Gazeta, o laudo da Politec afirma que “apesar de possuir algum transtorno de natureza psiquiátrica, Almir era capaz de entender o caráter ilícito do ato que praticou”.
Os exames foram encaminhados ao Judiciário e a ação penal deve ter andamento na 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
A defesa de Almir está a cargo da Defensoria Pública, que pediu a absolvição do ex-PM alegando um diagnóstico de esquizofrenia paranoide, a partir de um laudo realizado em 2016.
Pedido de absolvição
Para o promotor do caso, Jorge Paulo Damante Pereira, o pedido de absolvição da Defensoria foi “descabido” e demonstrou uma clara “tentativa de manipular o Poder Judiciário”.
A manipulação, segundo ele, aconteceu quando Almir foi declarado “incapaz” tão e somente para não responder por seus crimes.
O promotor explica que o laudo de sete anos atrás, por si só, não poderia ser usado.
“Há ainda a comprovação de que o acusado trabalhava normalmente como taxista, sem haver menção de qualquer circunstância duvidosa quanto à sua higidez mental”, disse.
Um dia antes do crime, Almir foi visto trabalhando na Rodoviária de Cuiabá como taxista.
Segundo Damante, ficou demonstrado que o réu “não possui nenhuma doença que o impeça de ter discernimento do que é certo e do que é errado”, disse.
Família se posiciona
Em nota, a família de Cristiane agradeceu as mensagens de apoio e disse confiar na Justiça.
Leia a nota na íntegra:
“A família de Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni vem a público agradecer as inúmeras mensagens e manifestações de apoio e solidariedade que têm recebido desde a tragédia ocorrida em agosto.
Sobre as recentes notícias referentes ao desdobramento do caso, mesmo que a ação esteja tramitando em sigilo judicial, a família reitera a sua confiança incondicional na Justiça e espera que o processo termine de forma célere e com um resultado condizente com a gravidade do caso, para que sirva de exemplo a todos e para que fatos dessa natureza não voltem a se repetir na sociedade.“
O crime
Cristiane e Almir se conhecerem poucas horas antes do assassinato, na noite do dia 12 de agosto, no Bar do Edgare, na região da Arena Pantanal.
Os dois saíram do bar no Jeep Renegade da advogada para a casa do ex-PM.
No dia seguinte, Almir saiu de casa com o carro da vítima, por volta das 8h da manhã. Cristiane já estava morta havia pelo menos seis horas e foi colocada no banco do carona.
Um óculos escuro foi colocado em seus olhos para dissimular que ela estava morta. Entre 8h30 e 9h, o corpo dela foi deixado no parque.
Assim que abandonou o corpo de Cristiane, Almir pediu uma corrida de aplicativo e voltou para casa. Meia hora depois, ele recebeu uma mulher com quem se relacionava há pouco tempo. Esse era o terceiro encontro dos dois.
Fonte: MidiaNews