Juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra condenou Honacio Gleik Ferreira a 9 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de falsificação de produtos terapêuticos ou medicinais e lavagem de dinheiro. Honacio comercializava anabolizantes falsificados em academias da capital e de Várzea Grande. Ele comprou um carro com o dinheiro obtido com as vendas.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) moveu uma ação penal contra Honácio pelo crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, assim como pelo crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com os autos, em maio de 2023 Honacio foi apontado como responsável pela venda, assim como por ter em depósito para vender, distribuir e entregar os produtos falsificados. As investigações tiveram início após uma pessoa anônima registrar um boletim de ocorrências relatando que Honacio utilizava plataformas digitais para praticar diversos crimes, bem como vender os produtos falsificados.
A polícia apurou que os itens eram comercializados em academias de Cuiabá e Várzea Grande, que os produtos ficavam armazenados na casa de Honacio, que ele fazia as entregas em seu Volkswagen Jetta e que as etiquetas eram feitas em uma gráfica na capital.
Em diligências na gráfica a polícia verificou que ele contratava os serviços da empresa para a impressão de rótulos de produtos denominados “Dragon Dhea”, “Hcg”, “Egh”, “Thermolife”, “Enantato Testosterona”, “Propionato Testosterona”, “Durateston”, “Deca-Durabolin”, “Stanozolol”, “Dianabol”, “Oxandrolone”, entre diversos outros.
Na casa dele foram encontrados fracos de vidro de ampola vazios, rotulagens de medicamentos injetáveis hormonais, entre outros produtos. A polícia concluiu que no local estava sendo industrializado medicamentos injetáveis hormonais de forma caseira, sem nenhuma condição sanitária ou autorização dos órgãos sanitários. A gráfica informou que desde 2019 Honacio encomendava rótulos de esteroides, anabolizantes e suplementos na gráfica. Testemunhas em academias relataram que adquiriram produtos com Honacio. “Ao longo da instrução processual não foi produzida uma prova sequer que beneficiasse o acusado, seja quanto às vendas ilegais, seja quanto à origem dos valores utilizados na compra do veículo, não havendo, até o momento, documento, testemunho ou outro elemento informativo que desabone ou fragilize a tese acusatória, a qual, em contrário, ficou robustamente comprovada”, considerou o juiz. O magistrado então condenou Honacio Gleik Ferreira a 9 anos de prisão em regime fechado e pagamento de 610 dias-multa, pelos crimes apontados pelo MP. Também determinou a alienação do automóvel de Honacio, adquirido com o dinheiro obtido com os crimes.
Fonte: GD