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Inflação do aluguel mantém trajetória de queda e livra contratos que vencem em agosto do reajuste

Rovena Rosa/Agência Brasil

No campo negativo desde abril, IGP-M acumula queda de 7,72% nos últimos 12 meses, menor patamar da história do índice, afirma FGV

Os contratos de aluguel atrelados ao IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) com vencimento no mês de agosto não sofrerão reajuste neste ano. O movimento confirma a manutenção do indicador no campo negativo, que já ocorre há quatro meses.

De acordo com dados publicados nesta sexta-feira (28) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o indicador responsável pelo reajuste da maioria das locações no Brasil acumula queda de 7,72% nos 12 meses finalizados em julho, o menor patamar da história do índice, apurado desde maio de 1990.

O percentual em questão é aquele que seria repassado às locações com aniversário de vencimento no próximo mês. No entanto, a maior parte dos contratos possui cláusulas que barram o reajuste negativo do indicador, o que deve ocasionar a manutenção do valor pago atualmente.

A sequência de quatro baixas consecutivas do IGP-M acumulado não era vista na economia nacional desde o período encerrado em fevereiro de 2018, quando a taxa ficou no campo negativo por dez meses. A recente variação negativa da inflação do aluguel mantém a tendência de queda apurada desde maio de 2021, quando o indicador apresentava oscilação de 37% para as locações que venceriam no mês seguinte.

Somente no mês de julho, a inflação do aluguel recuou 0,72%, o que representa uma desaceleração na queda em comparação com o índice negativo de 1,93% apurado em junho. Com esse resultado, o índice acumula taxa negativa de 5,15% no ano. No mesmo mês do ano passado, o índice havia subido 0,21% e acumulava alta de 10,08% em 12 meses.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

Deflação

Ao analisar o novo resultado negativo do IGP-M, André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), avalia a deflação apresentada nos principais grupos do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) como a influência mais importante para a queda do indicador.

“A intensidade desses movimentos está arrefecendo, pois importantes matérias-primas brutas começaram a registrar variações positivas ou menos negativas, como o minério de ferro (de -2,21% para 2,96%), os suínos (de -7,03% para 3,46%) e o milho (de -14,85% para -4,95%)”, destaca Braz.

O IPA em questão caiu 1,05% em julho, ante queda de 2,73% em junho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo bens finais caiu 1,06% em julho. No mês anterior, a taxa do grupo havia caído 1,22%. A principal contribuição para esse resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -10,56% para -7,71% no mesmo período.

Em julho, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 0,11%, com acréscimo na taxa de quatro das oito classes de despesa componentes do indicador. A maior contribuição partiu do grupo transportes, cuja taxa de variação passou de -1,68% para 0,7%.

Já o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) avançou 0,06% em julho, após alta de 0,85% em junho. Os três grupos componentes do indicador registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: materiais e equipamentos (de -0,15% para -0,26%), serviços (de 0,18% para 0,77%) e mão de obra (de 1,81% para 0,38%).

Fonte: R7

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