Força Nacional está na assembleia indígena que reune lideranças do Cone Sul — Foto: Reprodução
Região recebe assembleia Aty Guasu, que reúne caciques do Cone Sul
Indígenas Guarani Kaiowá relataram, nesta quarta-feira, que uma família Guarani-Kaiowa foi sequestrada nos arredores da cidade de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul. Segundo o relato, horas mais tarde, um jornalista estrangeiro, que está na região para a assembleia indígena Aty Guasu, foi agredido na mesma região. O evento reúne lideranças indígenas do Cone Sul.
— Uma família Guarani Kaiowá foi sequestrada. Eles estavam vindo para Aty Guasu. O pai e a mãe, grávida de 7 meses, com dois filhos. Não sabemos se eles estão mortos, vivos — conta a advogada Talitha Camargo, que representa a cacica Valdelice Veron.
De acordo com a cacica Guarani Kaiowá Valdelice Veron, o jornalista estrangeiro foi ao local, onde a família teria desaparecido:
— Ele foi para lá tentar fazer uma matéria. Ele foi pego pelos pistoleiros da Fazenda Maringá e está sendo espancado — afirma Valdelice Veron em um aúdio enviado ao GLOBO. Ainda segundo ela, disparos de arma de fogo teriam sido feitos contra indígenas que tentaram intervir.
A Polícia Civil e a Polícia Federal do Mato Grosso do Sul foram procuradas, mas não se manifestaram até o momento.
Em nome de Valdelice Veron, a advogadaTalitha Camargo havia peticionado junto ao Ministério da Justiça e ao Ministério de Direitos Humanos uma série de medidas para garantir a segurança dos participantes da assembleia Aty Guasu. O documento, que cita o histórico de violências contra a comunidade indígena do Mato Grosso do Sul, solicitava pelo deslocamento da Força Nacional para a região, com o objetivo de garantir a segurança da assembleia de caciques.
— Há 10 dias fizemos um peticionamento falando que iria ter Aty Guasu. Nós pedimos para ter Força nacional, Polícia Federal. — diz Talitha Camargo.
