Reprodução
Centenas de pagers explodiram ao mesmo tempo em todo o Líbano nessa terça, 17, em um ataque aparentemente coordenado para atingir membros do grupo Hezbollah, matando 9 pessoas e deixando 2,7 mil feridas. Segundo fontes americanas citadas pelo jornal The New York Times, Israel plantou explosivos nos dispositivos.
As explosões ocorreram principalmente no sul do Líbano e nos arredores de Dahiye, em Beirute, redutos do Hezbollah.
O ataque ocorreu um dia depois de líderes israelenses terem alertado que estavam considerando intensificar sua campanha militar contra o Hezbollah dentro do Líbano.
O Hezbollah e o governo libanês acusaram Israel de estar por trás do ataque. Autoridades americanas a par da operação afirmaram que material explosivo foi colocado perto da bateria dos pagers antes de eles serem entregues ao Líbano pela empresa de Taiwan Gold Apollo. O Exército israelense se recusou a comentar.
A onda de explosões deixou muitas pessoas em Beirute em estado de confusão e choque. Testemunhas relataram ter visto fumaça saindo dos bolsos das pessoas, seguida por pequenas explosões. Imagens amadoras transmitidas pela televisão libanesa mostraram cenas caóticas em hospitais.
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, caracterizou o ataque como ‘agressão criminosa israelense‘ e violação da soberania libanesa.
Alvos
Três oficiais disseram que o ataque tinha como alvo centenas de pagers de membros do Hezbollah. Entre os mortos estava o filho de um deputado do grupo, Ali Ammar. Uma menina de 10 anos morreu quando o pager de seu pai explodiu. O embaixador do Irã em Beirute, Mojtaba Amani, ficou ferido. O Irã ofereceu ajuda para tratar os feridos.
Na Síria, 14 pessoas ficaram feridas também por explosões de pagers em um ataque aparentemente coordenado contra o Hezbollah, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização com sede no Reino Unido.
O conflito entre Israel e o Hezbollah começou em outubro, com combatentes disparando mísseis contra o território israelense em solidariedade ao aliado Hamas. Por meses, líderes de ambos os lados alertam que a crise pode se expandir para uma guerra envolvendo forças terrestres.
Fonte: Estadão