Laura Kellys Bezerra da Cruz, esposa do sargento das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), Jackson Pereira Barbosa, teve seu mandado de prisão cumprido, nesta terça-feira (19), em Cuiabá. Ela é acusada de “se passar” pelo presidente do Tribunal de Justiça (TJMT), José Zuquim Nogueira, para entregar R$ 10 mil na sede do Judiciário.
Segundo a Polícia Civil, a suspeita se apresentou na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), onde foi ouvida e teve o mandado de prisão cumprido.
O sargento da Polícia Militar, Eduardo Soares de Moraes, lotado na Seção de Justiça e Disciplina do Batalhão de Rondas Ostensivas (Rotam), teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, na última quinta-feira (14).
Ele foi preso após detalhar a dinâmica da entrega de um envelope contendo R$ 10 mil direcionado ao presidente da Corte do Tribunal de Justiça, desembargador José Zuquim Nogueira. Em vídeo, o magistrado relatou que a encomenda era desconhecida por ele. Já Eduardo Moraes disse que mal conhecia Laura e que apenas fez um favor ao levá-la até o Tribunal, não sabendo o motivo da presença no local.
O sargento Moraes entregou o envelope a um motorista de aplicativo indicado por Laura e depois deixou a mulher na rodoviária de Cuiabá, de onde seguiu viagem para sua cidade. Porém, nesta terça (19), ela se entregou à polícia.
O marido de Laura, Jackson Pereira Barbosa, é investigado por envolvimento no homicídio do advogado Renato Nery.
O caso
A denúncia veio à tona após um motorista de aplicativo ser acionado para realizar a entrega de um envelope e, ao chegar no Tribunal, perceber a utilização da foto e do nome do presidente do TJMT no perfil do solicitante. Desconfiado, o motorista procurou a segurança do local, que confirmou que a presidência não estava esperando nenhuma encomenda.
Após verificação das câmeras de segurança, a equipe do TJMT conseguiu identificar Eduardo Soares de Moraes, que estava acompanhado de uma mulher não identificada no momento da entrega do envelope. O boletim de ocorrência aponta que o militar foi o responsável por acionar a corrida e fazer a entrega do dinheiro.
O motorista de aplicativo também relatou ter recebido ameaças por mensagens de texto, que foram apagadas do aplicativo, indicando uma clara tentativa de intimidação e obstrução da investigação.
Devido à sua condição de policial militar da ativa, o sargento Eduardo Soares de Moraes deverá cumprir a custódia preventiva em uma unidade militar, conforme previsto em lei.
Por Ana Júlia Pereira