Diretora disse que uso de celular na sala de aula resultou até em caso de polícia
A Escola Estadual Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, adotou uma tática para resolver o problema de distração dos alunos por conta dos celulares. Desde a manhã desta segunda-feira (23.09), os cerca de 1,3 mil estudantes do ensino médio precisam deixar os aparelhos em uma “caixa coletora”, apelidada de “Colmeia”, ao entrar em sala de aula.
“Virou uma epidemia o uso de celular na aula. Foi necessário adotar a medida de coletar celular, tendo em vista que o uso do mesmo em sala de aula estava prejudicando a aprendizagem. Com essa medida simples, porém eficaz, queremos resolver o problema”, explicou a diretora Valdelice de Oliveira Holanda.
Conforme ela, recentemente ocorreu um caso de uma aluna ter usado aplicativo de celular no horário da aula, no qual faz a pessoa ficar nua, o famoso “Nudes” por meio de inteligência artificial, e que foi postado em uma rede social, se transformando em caso de polícia.
Outro caso citado pela diretora envolveu a famosa “Cola” em um exercício de Matemática, quando o aluno simplesmente copia a resposta do colega. No caso em questão, alunos tiraram foto da resposta correta e compartilharam com os demais colegas, contudo, ao serem questionados sobre a fórmula usada e como chegou ao resultado, apenas um deles [aquele que de fato fez o exercício] soube fazer a correta explicação.
Valdelice citou ainda a Lei Estadual 10.232/2014, que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula do ensino fundamental e médio do Estado. “Desde o início do ano letivo, informamos que é proibido o uso de celular na sala de aula, falando para eles manterem o aparelho nas mochilas, contudo eles não respeitaram. Então, resolvemos adotar a medida”, enfatizou.
Sobre a tal “Colmeia”, a diretora disse que a caixa tem um espaço que cabe 48 celulares, e fica trancada na sala de aula. Ainda segundo ela, o aluno efetua a entrega do aparelho voluntariamente, podendo ainda entregar na direção caso entenda que a caixa não seja segura. “Os pais foram informados da medida na reunião bimestral de agosto, e a maioria concordou com a adoção da mesma”, garantiu Valdelice.
Alunos questionam medida
Na manhã desta segunda (23), quando a medida começou a valer, alunos do período matutino realizaram uma manifestação cobrando explicações da direção da unidade. Segundo eles, a caixa não oferece qualquer segurança, podendo ser violada, e desta forma, resultando no sumiço de aparelhos. Alunos exigem um termo de responsabilização da parte da gestão, se responsabilizando por qualquer dano ao aparelho.
Além disso, eles afirmam que a medida entrou em prática sem que fosse realizada uma votação com participação dos alunos, pais e professores, e falta de comunicação antecipada da efetivação da mesma.
Fonte: VGN