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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Envolvidos em morte de irmãs dão versões conflitantes durante depoimento; veja

Dois faccionados do Comando Vermelho (CV) identificados como Maikon Douglas Gonçalves Roda, vulgo ‘MD’ e Rosivaldo Silva Nascimento, conhecida como ‘Badá’, deram versões conflitantes sobre o envolvimento deles na tortura e homicídio das irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto, de 25 e 28 anos, ocorrido no último sábado (14), em Porto Esperidião (320 km de Cuiabá). Enquanto um deles afirmou que a ordem inicial era apenas para conversar com as jovens, Badá alega que a ordem de execução foi irradiada pelo Whatsapp por ‘Véio’, uma das lideranças do CV, que está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE).

No interrogatório, ‘MD’ narrou que estava com a esposa no Festival de Pesca de Porto Esperidião quando Badá avistou as irmãs e as chamou para conversar. Em seguida, ele, Badá, as vítimas e diversas pessoas foram até uma casa na região central da cidade, onde Rayane e Rithiele foram torturadas e mortas.

Segundo ele, ‘Véio’ dava ordens através de uma vídeochamada e que a princípio, era apenas para conversar com as vítimas, mas a ‘situação saiu do controle’.

“QUE a todo momento tinha uma pessoa dando as ordens por vídeo chamada e que a priori, era apenas para conversar com as vítimas, mas a situação saiu de controle”, contou aos policiais civis durante interrogatório.

No entanto, Badá afirma que antes mesmo de abordar as meninas no Festival de Pesca, lideranças da facção já haviam irradiado via Whatsapp uma ordem para matá-las.

“QUE antes de abordarem as meninas (vítimas) na Beira Rio, já tinha sido irradiado no grupo de whatsapp que era para matá-las, que o interrogando respondeu que é líder da missão que lhes foi dada (matar as vítimas que postaram a foto), QUE esse aval veio de dentro da PCE de uma pessoa chamada VÉIO, QUE cercaram as vítimas na festa e começaram a conversar, e depois a levaram para uma residência”, contou Badá à Polícia.

Além disso, enquanto ‘MD’ afirma que só ficou na frente do imóvel e não teve participação na tortura e execução. Contudo, Badá alega que ele atuou ativamente na tortura, cortando os dedos de uma das vítimas. A medida foi uma forma de represália por não conseguirem o valor do resgate.

“Como não conseguiram dinheiro, começaram a cortar os dedo das meninas, que a vítima RAYANE foi a primeira que teve um dedo da mão direita cortado pelo MD, logo em seguida MD cortou outro dedo da mesma mão da vítima, que o ÍNDIO cortou um terceiro dedo dela da mesma mão”, traz trecho do documento.

Dois rapazes foram sequestrados juntos de Rayane e Rithiele, um deles conseguiu fugir e acionar a Polícia Militar, já o outro teve o dedo e a orelha cortados. De acordo com relato dos próprios faccionados, a ordem de execução partiu de Véio de dentro da PCE depois que ele viu as irmãs fazendo o número três com as mãos, em alusão, supostamente, ao Primeiro Comando Capital (PCC), grupo rival do CV.

Pelo crime, dez pessoas foram detidas, poucas horas depois. Sendo que seis são maiores de idade e quatro menores, que foram apreendidos. Quatro dos envolvidos tiveram as prisões preventivas mantidas em audiência de custódia realizada no domingo (15).

Os envolvidos maiores de idade serão autuados em flagrante por sequestro e cárcere privado, tortura, duplo homicídio, homicídio tentado, lesão corporal, associação criminosa e corrupção de menores. Os adolescentes serão autuados em ato infracional análogo aos mesmos crimes.

Por SABRINA VENTRESQUI

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