Para fugir dos altos gastos com abastecimento, devido aos frequentes reajustes nos preços da gasolina e do etanol, muitos motoristas optam pela conversão do veículo ao gás natural veicular (GNV). Muitos especialistas concordam que a maior vantagem desse tipo de combustível é ser mais econômico, mas a falta de informação dos condutores pode prejudicar a saúde do automóvel.
O GNV é um combustível de origem fóssil, considerado uma alternativa mais limpa por não emitir óxidos de enxofre e chumbo e por possuir menor preço de comercialização.
Para um veículo usar esse tipo de gás como fonte de abastecimento, é preciso realizar, primeiro, um procedimento comumente chamado de conversão — embora aconteça, na realidade, apenas uma adaptação do carro. A instalação desse sistema é capaz de fazer uma mudança no motor para ele aceitar o combustível a gás, e não somente a gasolina ou o etanol liquido.
O processo consiste na adição de uma central eletrônica de controle de injeção do GNV no motor do veículo, por meio de um kit que integra um redutor de pressão, filtro, sensor de pressão, fluxo e temperatura do combustível, além de mangueiras de gás e água, bicos injetores e o próprio cilindro de armazenamento exclusivo para o gás. Contudo, o veículo permanece com o sistema original de combustível líquido funcionando normalmente.
Em entrevista, o Analista de Relações Institucionais do Grupo Seta, Leandro Ribeiro, explicou alguns cuidados que os motoristas devem ter, e o passo a passo correto para adquirir o kit GNV no veículo.
O primeiro passo é que o veículo faça uma inspeção em um local adequado que seja aprovado pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
“Por ser uma alteração de característica do veículo, é preciso ser feito conforme a lei. É necessário passar por uma inspeção de segurança veicular em um organismo de inspeção aprovado pelo INMETRO”, disse.
Leandro explicou que antes de aderir ao GNV, é preciso passar por alguns passos, como, por exemplo, ir ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) fazer uma inspeção prévia para conseguir uma autorização para a inclusão do gás no veículo.
Após conseguir autorização com o Detran, o motorista poderá fazer a conversão do veículo com o kit GNV em uma convertedora homologada pelo INMETRO.
Ao colocar o kit no veículo, é necessário que o motorista faça uma inspeção em um organismo de inspeção veicular. Se tiver tudo correto com o automóvel, será expedido um Certificado de Segurança Veicular (CSV), e esse certificado deverá ser apresentado ao Detran. O órgão estadual deverá fazer uma pós-vistoria no automóvel, para assim expedir um novo documento para o carro, já incluindo o GNV.
Há muitas fakes news diante do kit GNV, principalmente, que o GNV é muito perigoso porque pode explodir e tira a potência do veículo, que segundo Leandro, é falso. Ele explicou que o GNV não é um combustível perigoso se o condutor do veículo fizer o processo correto ao adquirir o gás, e realizar as inspeções iniciais e periódicas.
É importante destacar que há uma estimativa de que cerca de 70% dos veículos com GNV andem de maneira irregular em Mato Grosso, sem fazer as inspeções, e isso pode colocar em risco a vida de quem está no trânsito.
Leandro mencionou algumas vantagens ao motorista que adquire o kit GNV e anda de maneira regular. Ele destacou que além da isenção do IPVA, também há a economia de mais de 30% nos gastos com o abastecimento, podendo chegar a mais de 60%, dependendo dos preços dos combustíveis líquidos.
O veículo também tem maior durabilidade do óleo do motor, maior durabilidade do escapamento, tendo em vista que não acumula água, e é altamente seguro quando feito de forma regular e inspecionado periodicamente, explicou Leandro.
Ele também destacou que em Mato Grosso, os motoristas de aplicativo com o GNV no documento do carro, tem isenção do IPVA e das taxas do DETRAN/MT, conforme a lei estadual n.º 11.490/2021.
Por Giovanna Bitencourt