Os 40 trens do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), adquiridos pelo governo de Mato Grosso em 2015 e vendidos dez anos depois à Bahia, por R$ 793 milhões, passam pelos últimos ajustes operacionais para começar a circular em Salvador. Com uma nova aparência, o transporte passará por testes em dezembro.
Desde agosto em uma fábrica espanhola, instalada em São Paulo, especializada na fabricação de veículos e equipamentos, os vagões entram na etapa estratégica do cronograma de implantação. Cada compartimento deve chegar a Salvador em 5 dezembro e o início dos testes estáticos é marcado para o dia 10 daquele mês. Paralelamente, a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) montará os trilhos.
Antes, personalizados com as cores verde, amarelo e cinza, o modal agora está inteiramente pintado de laranja, rosa, verde e azul claro.
Os trens que irão compor o VLT de Salvador são correspondentes ao modelo URBOS 3, um dos melhores do mundo devido à sua durabilidade, eficiência e conforto. No total, serão sete vagões, comportando uma média de 400 passageiros. Com custos de R$ 5,4 bilhões, o VLT de Salvador terá 40 km de trilhos e 42 paradas. O sistema contará com Wi-Fi gratuito, catracas automáticas, integração com o metrô, além de câmeras com inteligência artificial.
A previsão é que o transporte de passageiros comece a operar no segundo semestre de 2026.
Os vagões foram adquiridos pelo governo da Bahia após contrato firmado com o Estado de Mato Grosso, com mediação do Tribunal de Contas da União (TCU). O acordo estabeleceu o pagamento em 4 parcelas anuais, corrigidas pela inflação. A primeira foi paga em dezembro de 2024.
A transferência dos vagões começou ainda em outubro do ano passado, sendo concluída no último mês de julho, quando deixaram o então Centro de Operações, em Várzea Grande, com destino a sede da empresa CAF, localizada em Hortolândia, no interior de São Paulo.
As obras do VLT foram iniciadas em 2013, com a expectativa de que o modal atendesse a população da região metropolitana e os turistas durante os jogos da Copa do Mundo de 2014. No entanto, os trabalhos foram paralisados ainda em 2014, com menos de 20% dos trilhos implantados, deixando um rastro de obras inacabadas e prejuízo milionário.
Dez anos depois, o governo do Estado decidiu rescindir o contrato com as empresas responsáveis. Após alguns anos de disputas judiciais, o acordo mediado pelo Tribunal de Contas da União encerrou o caso e permitiu o ressarcimento dos cofres públicos.
Agora o Bus Rapida Transit (BRT) está sendo implantado na região e as obras enforcam o trânsito em diversos trechos.
Por Fred Moraes