A morte de Larissa Pompermayer Ramos, de 29 anos, após complicações no pós-parto em Campo Novo do Parecis, provocou comoção, protestos e uma série de questionamentos sobre a qualidade do atendimento no Hospital Municipal, atualmente administrado pelo Instituto São Lucas. Familiares, amigos e moradores se reuniram na tarde desta terça-feira (18) em frente à unidade para realizar uma manifestação pacífica, com cartazes, pedidos de justiça e cobranças por respostas claras sobre o que aconteceu com a jovem, que também era arquiteta, mestranda e liderança reconhecida na cidade.
Manifestação transforma luto em pressão por respostas
Moradores relatam que a manifestação começou de forma silenciosa, mas rapidamente ganhou força à medida que mais pessoas chegaram ao hospital, muitas vestindo preto e carregando frases que pediam justiça por Larissa e respeito à população usuária do Sistema Único de Saúde. Influenciadores locais, como a Carequinha, ajudaram a mobilizar o ato e deram voz às denúncias de familiares, que afirmam ter percebido falhas graves no atendimento e demora em decisões médicas, fatores que, segundo eles, teriam agravado o quadro da paciente até a internação na UTI e o posterior óbito.
Participantes também aproveitaram o momento para criticar o que classificam como um histórico de sucateamento da saúde pública no município, com problemas que, de acordo com os relatos, se arrastam há anos e pioraram após a terceirização da gestão hospitalar.
Família fala em negligência e cobra fiscalização do contrato
Os familiares e amigos de Larissa afirmam que o caso vai além de um erro pontual. Eles apontam falhas de gestão, falta de estrutura e ausência de transparência no atendimento. O grupo pede que a Câmara Municipal fiscalize com rigor o contrato com o Instituto São Lucas. Eles querem que o Legislativo confirme se o município aplica corretamente os recursos e se a instituição cumpre as obrigações na administração do hospital.
O prefeito Edilson Piaia acompanha o caso de perto. Ele decretou luto oficial de três dias e diz que pretende ouvir a família e analisar todos os documentos antes de comentar responsabilidades. A população insiste em respostas rápidas e cobra mudanças concretas na rede de saúde.
Hospital afasta médico e promete monitorar atendimentos
Após a morte de Larissa, o Centro Hospitalar Paricis decidiu afastar o médico responsável pelo parto, medida que a direção adotou após reunião interna com a equipe técnica, que entendeu não ser possível manter o profissional no corpo clínico diante da gravidade do caso e da repercussão pública.
A direção afirma que monitora os atendimentos, orienta pacientes e familiares a procurarem diretamente a chefia do hospital ou a Secretaria Municipal de Saúde em caso de suspeita de mau atendimento e garante que pretende reforçar protocolos para garantir segurança, acolhimento e qualidade no único hospital público do município. Enquanto isso, universidades, entidades estudantis e órgãos públicos divulgam notas de pesar, e a comunidade acompanha com atenção cada novo desdobramento.
Perguntas frequentes:
O médico que atendeu Larissa continua no hospital?
Não. A direção decidiu afastá-lo do corpo clínico enquanto analisa o caso e atende às cobranças da população.
O prefeito já tomou alguma medida oficial sobre a morte?
Sim. O prefeito decretou luto oficial de três dias e afirma que acompanha o caso e pedirá esclarecimentos técnicos.
A manifestação em frente ao hospital teve episódios de violência?
Não. Relatos indicam que o ato ocorreu de forma pacífica, com cartazes, orações e pedidos de justiça.



