Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Cuiabá deu parecer favorável à cassação da vereadora Edna Sampaio (PT), por suposta “rachadinha” com valor de verba indenizatória no valor de R$ 5 mil destinado á ex-chefe de gabinete. Investigação da comissão durou cerca de 70 dias e entendeu que a parlamentar utilizou o dinheiro irregularmente.
Comissão encaminhou o documento ao presidente da Casa, Chico 2000 (PL), na tarde desta quinta-feira (17). Agora, o pedido de cassação aguarda o presidente da Mesa colocar em pauta na votação do plenário.
“Verificando as provas acarretadas a estes autos, seja documentos, seja depoimentos colhidos, está provado que a representada se apropriou da natureza de verba indenizatória da sua ex-chefe de gabinete. E esse procedimento coloca-se perfeitamente a norma vigente prescrita. Por essa razão, o voto do relator é a perda do mandato da representada, vereador Kássio Coelho. Acompanha os votos do relator, o vereador Rodrigo Arruda de Sá e Wilson Kero Kero”, leu o parecer durante audiência, o vereador Rodrigo de Arruda e Sá (Cidadania).
Edna é acusada de receber o valor integral da verba indenizatória destinada à ex-chefe de gabinete, Laura Abreu. Tudo veio à tona quando a ex-servidora em questão foi demitida grávida. Ex-servidora foi a primeira a ser ouvida, seguida pelo marido da vereadora, William Sampaio, acusado de orquestrar recebimento de todo o dinheiro da verba de uso para despesas do mandato. Por fim, a vereadora também prestou esclarecimentos.
Oitiva de Edna Sampaio foi marcada por brigas entre os parlamentares, seu advogado Julier Sebastião, presidente da Comissão, Rodrigo Arruda (Cidadania), bem como tumulto da plateia. Em certo momento, vereador Rodrigo precisou ameaçar todos que estavam na plateia a favor da vereadora que iriam ser retirados da sala, caso não se comportassem, além de desligar os microfones de Edna e a vereadora Maysa Leão por instantes.
“Desculpa gente, eu estou bem emocionada. Eu nunca vivi isso. Acho um massacre o que estão fazendo comigo, é uma coisa absurda. Essa comissão foi importante, porque me propiciou o tempo que eu não tenho em plenário, muitas vezes, para me defender. Sou uma mulher honrada, honesta, uma mulher que veio para política não para enriquecer, para ganhar dinheiro, foi para cumprir o meu papel como cidadã, respeitar, ouvir todas as vozes que estão ausentes da política. Sou uma mulher negra, uma mulher bem sucedida, uma mulher que conseguiu furar o bloqueio do racismo estrutural e conseguiu se colocar nesse lugar”, disparou em meio a lágrimas durante seu depoimento.
Por Claryssa Amorim