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Com medo, lojistas fecham as portas no Shopping Popular; “A vida passou a valer tão pouco”; VEJA VÍDEOS


Após o duplo homicídio do empresário Gersino Rosa dos Santos, conhecido como “Nenê Games”, 43 anos, e do trabalhador Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, 27 anos, registrado nessa quinta-feira (23), o Shopping Popular reabriu nesta sexta-feira (24), mas o clima é de medo e insegurança. Boa parte dos lojistas decidiu não abrir as portas, apesar de estar em plena Black Friday, quando as vendas aumentam substancialmente.

A Reportagem esteve no local nesta sexta e percebeu o clima de tensão entre lojistas e funcionários. Vários não quiseram conversar e, quem quis, disse que foi uma situação pontual e pessoal de Gersino, que era o único alvo do assassino.

“Na nossa visão, a gente que tá aqui dentro, essas situações, elas são bem pontuais, ou seja, é uma situação externa que, por acaso, aconteceu aqui dentro. Provavelmente, a gente imagina que seja um acerto de contas”, declarou um comerciante, que não quis ser identificado.

“Agora, se perguntar: e o nosso sentimento? A gente fica consternado, porque de repente a vida humana passou a valer tão pouco, muito pouco mesmo. E principalmente nesse caso, que o Cleyton, a segunda vítima, não tinha nada a ver com isso, o menino estava trabalhando”, completa.

Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento do crime. O atirador entra no estabelecimento normalmente, como se fosse um cliente. Ele  chega por trás de Nenê e atira na nuca do homem e sai correndo. A bala atinge Cleyton, que estava na linha de tiro e acabou atingido no pescoço. Ainda não se sabe se foi um único tiro ou se o mesmo projétil atingiu os dois.

O empresário morreu na hora. Cleyton chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

O crime aconteceu por volta das 11h55 de quinta-feira e logo em seguida o Shopping Popular fechou e continuou com as portas fechadas durante toda a quinta. Nesta sexta, o estabelecimento reabriu, mas algumas lojas continuaram fechadas, assim como algumas portas de entrada.

O presidente da associação dos Camelôs do Shopping Popular, Misael Galvão, afirmou que são estudadas algumas medidas de segurança, como menos portas abertas e até mesmo implantação de detectores de metal. “Estamos estudando todas as formas. Será estudado a questão de implantar os detectores, será estudado a questão de fechar algumas portas, assim como todas as outras formas de segurança”, pontuou.

Relembre os casos

A primeira execução no Shopping Popular de Cuiabá foi a de o Joseonaldo Ferreira de Ajaúro, 44 anos, conhecido como “Naldo Rei do Tereré”. O crime aconteceu no dia 19 de dezembro de 2022, na banca do comerciante.

Segundo a Polícia Civil, o crime foi ordenado porque o lojista vendia cigarros contrabandeados sem autorização da facção Comando Vermelho. Na ocasião, Bruno Fernandes de Souza Costa, 22 anos, e Wenderson Santos Souza, 24 anos, foram até o local, por volta das 17h, e Wenderson atirou na vítima.

Wenderson morreu em troca de tiros com a PM. Bruno foi preso em flagrante e com ele apreendido um revólver de calibre 38, com seis munições intactas.

O mais recente é o de Gersino Rosa dos Santos, 43 anos, e Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, 27 anos, ocorrido na manhã dessa quinta-feira.

Gersino foi baleado na nuca, à queima-roupa. Ele tinha uma banca no local há mais de 20 anos e morreu na hora. Já Cleyton era funcionário de uma outra banca no shopping e foi morto por engano.

O autor do crime ainda não foi preso.

Veja os vídeos

Joseonaldo Ferreira de Ajaúro, 44 anos, foi executado no dia 19 de dezembro de 2022, no Shopping Popular de Cuiabá.

Os vídeos abaixo mostram as mortes de Gersino Rosa dos Santos, conhecido como “Nenê Games”, 43 anos, e de Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, 27 anos, na manhã desta quinta-feira (23), dentro do Shopping Popular de Cuiabá.

Por JOÃO AGUIAR

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