A emissora Al Jazeera, do Catar, informou que dois correspondentes e três cinegrafistas do veículo foram mortos nesse domingo (10), após um bombardeio israelense sobre a tenda em que eles estavam na Cidade de Gaza.
O exército israelense confirmou que matou o jornalista Anas al Sharif, um conhecido correspondente da Al Jazeera, alegando que ele era um “terrorista”. Os militares israelenses acusam o correspondente de “se passar” por jornalista para chefiar uma célula do grupo Hamas.
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Al Jazeera divulgou imagens de seus jornalistas que foram mortos em ataque israelense. — Foto: Reprodução
Com relatos diários, Al Sharif, de 28 anos, era um dos repórteres correspondentes mais reconhecidos do canal que cobria a guerra na Faixa de Gaza. Nesse domingo, após uma coletiva de imprensa do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o jornalista publicou no X que havia um “bombardeio israelense intenso e concentrado” na Cidade de Gaza. Uma de suas últimas mensagens incluiu um breve vídeo que mostrava o bombardeio.
O governo do Catar, que financia parcialmente a Al Jazeera, abrigou um escritório para os líderes políticos do Hamas e foi sede de conversas indiretas entre Israel e o movimento islamista palestino.
Segundo organizações civis, cerca de 200 profissionais de imprensa já foram mortos nos 22 meses de guerra na Faixa de Gaza. O Sindicato de Jornalistas Palestinos condenou o que chamou de “crime sangrento”. Já a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) disse estar “horrorizada” com a morte dos profissionais de imprensa.
Também nesse domingo, o Conselho de Segurança da ONU fez uma reunião de emergência para discutir o plano de Israel para controlar a cidade de Gaza. O secretário-geral adjunto das Nações Unidas, Miroslav Jenca, alertou que a ação pode provocar outra calamidade no território palestino.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o plano aprovado recentemente pelo Gabinete de segurança de Israel é a melhor forma de acabar com a guerra rapidamente. O premiê insistiu que não fome na Faixa de Gaza.
Por Marcela Marcos