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Dois nomes que geram controvérsia dentro da Igreja Católica ganham destaque às vésperas do conclave convocado após a morte do papa Francisco.
O italiano Giovanni Angelo Becciu, condenado por desvio de recursos da Santa Sé, insiste em participar da escolha do novo pontífice.
Já o norte-americano Robert Prevost, apontado como um dos favoritos, enfrenta acusações relacionadas ao suposto encobrimento de abusos sexuais durante sua passagem pelo Peru.
Becciu, ex-prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, declarou que ainda possui prerrogativas para votar, apesar de seu nome aparecer fora da lista de eleitores publicada pela assessoria de imprensa do Vaticano.
“O papa reconheceu minhas prerrogativas como cardeal intactas, pois não houve nenhum desejo explícito de me expulsar do conclave, nem pedido de minha renúncia explícita por escrito. A lista publicada pela assessoria de imprensa não tem valor jurídico e deve ser considerada como tal”, afirmou o cardeal ao jornal italiano L’Unione Sarda, da Sardenha, terra natal do religioso.
A trajetória do cardeal inclui passagem pela Secretaria de Estado e envolvimento direto em decisões de alto escalão, mas também um escândalo de corrupção envolvendo investimentos imobiliários em Londres. Em 2023, foi condenado por peculato, multado e sentenciado à prisão. A defesa recorreu.
Prevost e as denúncias nos EUA
Enquanto isso, Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, carrega acusações vindas do Peru, onde atuou como arcebispo em Chiclayo. Ele teria ignorado denúncias de vítimas contra dois padres acusados de abusos cometidos há cerca de uma década. O caso continua sem desfecho, mesmo após abertura de investigação interna em 2022.
Sobreviventes alegam falta de ação e denunciam uma cultura de impunidade. Principalmente nos EUA. Desde 2002, uma série de denúncias de pedofilia por parte de religiosos afeta o país. Em Boston, Alexa MacPherson conta que sofreu abusos sexuais de um padre por anos. E que, mesmo após a denúncia, o agressor ainda está solto e não foi levado à Justiça.
“O problema é que o alto escalão continua a proteger padres pedófilos e impede que sejam responsabilizados pelos crimes atrozes cometidos contra milhares de crianças em todo o mundo”, desabafou ela.
Fonte: R7