Políticos experientes dizem que todo mundo sabe como começa uma CPI, mas que ninguém é capaz de prever seu desfecho final. A oposição, com sede de vingança contra Lula, ignorou esse ensinamento. A bancada da direita se empenhou com força bruta para instalar a CPMI 08/01.
O proposito dos bolsonaristas, apelidados de turma da 5º série, era construir a tese de que a depredação dos três poderes teria sido obra de infiltrados com a cumplicidade do Planalto.
O cenário foi montado, nele os neófitos bolsonaristas, alguns patéticos como Abílio Bruni, Nikolas Ferreira e André Fernandes, desfilaram empunhando seus smartphones em busca de likes e views.
A turma da 5º série, como foi apelidada, imaginava que poderia desconstruir o apurado pela Polícia Federal quanto à invasão e destruição dos prédios dos três poderes pelos revoltosos bolsonaristas e atribuir culpa a imaginários infiltrados com o respaldo do presidente Lula.
Enquanto Abílio Brunini aprontava suas patéticas papagaiadas nas sessões da CPMI, Anderson Torres e Mauro Cid estavam jogados na masmorra do cárcere.
O chefe dos juvenis congressistas foi incapaz de perceber que no calor da cadeia os corpos se dilatam e a língua geralmente bate nos dentes.
Tudo previsível.
Cid, o militar muambeiro, abriu o pico e responsabilizou o ex-presidente por suas lambanças com a venda das joias.
Para piorar a situação, o hacker da Vaza Jato apareceu e jogou Bolsonaro no pântano fétido e miasmático da trama golpista.
Ainda faltam provas, o que sobra é o desgaste a imagem do ex-presidente.
Anderson Torres pode adotar a estratégia do militar Mauro Cid e também admitir que tudo que fez foi em cumprimento às ordens de seu chefe, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Uma preocupação adicional no entorno do clã Bolsonaro: com o sigilo bancário e telemático suspensos por ordem do ministro Alexandre de Moraes, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro também pode apontar o dedo indicador para seu esposo para tentar se safar de eventual estadia na Colmeia.
Na conclusão deste texto, uma informação de última hora.
Nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal prendeu seis militares de alta patente da Polícia Militar do Distrito Federal por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Eles são acusados de omissão no combate aos baderneiros que danificaram prédios dos Três Poderes em 08 de janeiro.
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