O Banco do Brasil denunciou à AGU (Advocacia-Geral da União) uma série de postagens feitas na última semana nas redes sociais com informações falsas sobre o banco e incitando a retirada maciça de recursos por correntistas.
Segundo ofício encaminhado pelo banco, os ataques nas redes sociais começaram na última terça-feira (19). Entre eles, há um vídeo feito por Eduardo Bolsonaro na quarta (20), em que o deputado federal afirma que “o Banco do Brasil será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”.
Eduardo tem mais de 1,7 milhão de seguidores em seu canal no YouTube. A reportagem procurou o deputado, mas ainda não obteve resposta.
A presidente do banco, Tarciana Medeiros, reclamou publicamente desse movimento em evento no dia 20, sem citar nomes.
Além de Eduardo, a instituição financeira denunciou outros autores, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor da Presidência do governo Jair Bolsonaro Filipe Martins.
Ambos teriam publicado postagens, segundo o banco, difamatórias e contra a soberania nacional.
O dólar abriu a quarta-feira em queda cotado a R$ 5,47.
Na comunicação à AGU, os advogados alertam que esses ataques podem configurar crimes contra o Estado Democrático de Direito, contra a soberania nacional, contra o Sistema Financeiro Nacional, além de representar violação de sigilo bancário e difamação.
Por isso, o BB quer que a AGU avalie a ação na Justiça para coibir a disseminação desse tipo de informação.
As postagens mencionadas foram feitas no X, no Instagram e no Threads, além de vídeos no YouTube.
“A nova estratégia consiste em coagir, ameaçar e colocar instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional, notadamente o Banco do Brasil, contra o Supremo Tribunal Federal”, afirma o BB, no mesmo ofício.
Do dia para noite, surgem especialistas em Lei Magnitsky
No documento, o BB relata à AGU que a campanha pode levar a uma corrida bancária contra a instituição, em razão de entendimentos falsos e incorretos sobre a aplicação da Lei Magnitsky e as consequências para o banco.
Na semana passada, o BB cancelou o cartão internacional do ministro Alexandre de Moraes, de bandeira Mastercard, como consequência da aplicação da medida restritiva decretada por Donald Trump.
No lugar, ele recebeu um cartão com da Elo, bandeira brasileira cujos acionistas são o próprio BB, além da Caixa e do Bradesco.
“O cenário de risco é que, do dia para noite, e cada vez mais, surgem especialistas em Lei Magnitsky, formados em redes sociais que recomendam a retirada de recursos de bancos brasileiros, especialmente do Banco do Brasil, controlado pelo Estado brasileiro”, afirma o BB.
“Esse raciocínio enviesado, que pode fomentar uma corrida de clientes para retirada de recursos de instituições financeiras brasileiras, sem qualquer conhecimento de causa, gera tensão em seus clientes e risco à economia nacional.”
O banco relatou que, em razão da campanha, clientes começaram a pedir “esclarecimentos pelo temor de sanções secundárias falsamente propagadas”.
Nesse sábado (23), os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) atribuíram essa campanha nas redes sociais a bolsonaristas.
Nota
O Banco acompanha o surgimento de algumas publicações inverídicas e maliciosas que disseminam desinformação em redes sociais, com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira, sugerindo uma retirada de depósitos por parte dos clientes.
Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas. O Banco tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários.
Conforme a Lei 7.492/1986, que trata de crimes contra o sistema financeiro nacional, quem divulga informações falsas ou incompletas sobre instituições financeiras pode estar sujeito à pena de reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
O Banco do Brasil atua em plena conformidade à legislação brasileira, às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema financeiro.
Com mais de 80 anos de atuação no exterior, a instituição acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparada para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais.
O Banco sempre acompanha esses assuntos com atenção e conta com assessoramento jurídico especializado para garantir atuação alinhada às melhores práticas de governança, integridade e segurança financeira.
O BB reforça o compromisso em oferecer soluções responsáveis, seguras e sustentáveis para todos os seus públicos de relacionamento.
Perguntas e respostas
Qual foi a denúncia feita pelo Banco do Brasil à AGU?
O Banco do Brasil denunciou à AGU uma série de postagens nas redes sociais com informações falsas sobre o banco, que incitam a retirada maciça de recursos por correntistas.
Quando começaram os ataques nas redes sociais?
Os ataques começaram na última terça-feira, dia 19, e incluíram um vídeo de Eduardo Bolsonaro publicado na quarta-feira, dia 20.
O que Eduardo Bolsonaro afirmou no vídeo?
No vídeo, Eduardo Bolsonaro afirmou que “o Banco do Brasil será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”.
Quem mais foi denunciado pelo Banco do Brasil além de Eduardo Bolsonaro?
Além de Eduardo, o Banco do Brasil também denunciou o deputado federal Gustavo Gayer e o advogado Jeffrey Chiquini, que defendem o ex-assessor da Presidência, Filipe Martins.
Quais são as alegações do Banco do Brasil sobre as postagens?
O Banco do Brasil alegou que as postagens são difamatórias e contra a soberania nacional, podendo configurar crimes contra o Estado Democrático de Direito e violação de sigilo bancário.
Qual a preocupação do Banco do Brasil em relação a essas postagens?
O banco expressou preocupação de que essas postagens possam levar a uma corrida bancária contra a instituição, devido a entendimentos falsos sobre a aplicação da Lei Magnitsky.
O que aconteceu com o cartão internacional do ministro Alexandre de Moraes?
O Banco do Brasil cancelou o cartão internacional do ministro Alexandre de Moraes e emitiu um novo cartão com a bandeira Elo, em decorrência de uma medida restritiva decretada por Donald Trump.
Como o Banco do Brasil descreveu a nova estratégia de ataque?
O Banco do Brasil descreveu a nova estratégia como uma tentativa de coagir e ameaçar instituições financeiras, especialmente o Banco do Brasil, em relação ao Supremo Tribunal Federal.
Qual foi a reação de ministros do governo sobre a campanha nas redes sociais?
Os ministros Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann atribuíram a campanha nas redes sociais a bolsonaristas.