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Bala que matou PM da Rota no litoral de SP não saiu de arma apreendida pela polícia, diz laudo

Perícia de confronto balístico apontou divergências entre bala que atingiu Patrick Bastos Reis e a pistola apreendida. Agente da Rota foi morto durante operação em Guarujá (SP).

A bala que atingiu e matou o soldado Patrick Bastos Reis, da equipe Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) em Guarujá, no litoral de São Paulo, não saiu da arma apontada pela polícia como a responsável pelo disparo. A informação está no laudo da perícia de confronto balístico a que o g1 teve acesso nesta quarta-feira (18).

A pistola semiautomática calibre 9 milímetros foi encontrada em um beco de Guarujá no dia 31 de julho e atribuída ao ‘sniper do tráfico’ Erickson David da Silva, também conhecido como ‘Deivinho’, suspeito de matar o policial.

A perícia declarou que a arma tinha numeração raspada e estava “em péssimo estado de conservação”, mas passou por testes que evidenciaram o potencial para realização de disparos.

No entanto, de acordo com o documento, a bala extraída do PM não pode ter saído da arma, pois foram encontradas “discordâncias entre os projéteis (testemunha e incriminados), nos elementos de ordem genérica (profundidade, largura e distância entre as impressões de raias) e, sobretudo, nos elementos de natureza específica (estriamentos finos), que como se sabe, são individualizadores em exames microcomparativos”.

O laudo também aponta que a arma “produzia nos cartuchos testemunhas, marcas e picotes discordantes em localização, conformação e profundidade àquele existente nos estojos incriminados”.

Erickson está preso preventivamente. Procurada pelo g1, a defesa dele informou que irá se manifestar por meio de nota. No entanto, a reportagem não recebeu pronunciamento até a publicação desta matéria.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) também não se manifestou até a publicação desta matéria.

‘Sniper do tráfico’ e irmão

Os irmãos Kauã e Erickson foram presos suspeitos de participar da morte do PM da Rota — Foto: Reprodução

Os irmãos Kauã e Erickson foram presos suspeitos de participar da morte do PM da Rota — Foto: Reprodução

Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e o delegado titular do Distrito Policial Sede de Guarujá, Antonio Sucupira Neto, Erickson foi preso suspeito de atirar no PM da Rota e o irmão dele, Kauã Jason da Silva, por envolvimento no crime.

De acordo com Derrite, Kauã tinha a ‘função’ de ficar posicionado na comunidade Vila Júlia, em Guarujá, armado e com um comunicador, pronto para avisar os comparsas sobre a chegada de viaturas policiais ao local.

Na época do crime, o advogado de defesa dos irmãos informou que ambos se declaravam inocentes. Segundo Wilton Felix, um vendia drogas para o outro na ‘biqueira’ quando o tiro foi disparado por um terceiro homem, também detido.

Entenda o caso

O soldado Patrick Bastos Reis foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Zilda, em Guarujá, no dia 27 de julho. Ele chegou a ser socorrido, mas a morte foi confirmada no mesmo dia.

Além dele, um outro policial foi baleado na mão esquerda, encaminhado para o Hospital Santo Amaro e liberado.

Após o caso, a Polícia Militar iniciou a Operação Escudo, com o objetivo de capturar os criminosos responsáveis pela ação contra os agentes.

Mortes

Em vídeo gravado antes de ser preso, Erickson afirma, em relato direcionado ao governador de SP e ao secretário de Segurança Pública, que estão “matando uma ‘pá’ de gente inocente”. Ele também diz que estão “querendo pegar” sua família (veja o vídeo acima).

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o vídeo gravado pelo suspeito foi “uma estratégia do crime organizado”.

“A verdade é que esse vídeo que ele fez, orientado pelos seus defensores, inclusive tem áudio do advogado o orientando a fazer esse vídeo, se os senhores ainda não possuem, ao longo das investigações vão tomar conhecimento disso, é uma estratégia do crime organizado, inclusive de cooptar moradores, de cooptar pessoas das comunidades que também são vítimas do tráfico organizado apresentando versões”, afirmou.

A Ouvidoria das Polícias informou investigar denúncias de tortura e ameaças de morte relatadas por moradores durante a Operação Escudo.

Fonte: G1 Santos

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