Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) estão realizando Pix de valores que vão de R$ 10 a R$ 1 mil para o ex-presidente. Os comprovantes das transferências foram publicados por deputados, prefeitso e vereadores nas redes sociais até esta segunda-feira (26), após cobranças para que mostrassem os recibos. Juntando suas três rendas, Jair Bolsonaro ganha atualmente R$ 86 mil por mês.
Bolsonaristas divulgam, desde a noite de sexta-feira (23), campanha de “vaquinha” para levantar dinheiro para pagamento de multas judiciais, sob a justificativa de que ele é vítima de “assédio judicial” e que precisa de ajuda para quitar “diversas multas em processos absurdos”.
O menor valor entre os compartilhados nas redes sociais foi o doado por Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que transferiu R$ 10 para o ex-presidente. Já as maiores doações registradas por aliados políticos foram do deputado estadual do Rio de Janeiro Anderson Moraes (PL-RJ) e do prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (PSD-SC), que transferiram R$ 1 mil cada um.
Uma advogada bolsonarista chamada Kailane relatou em uma postagem no Facebook estar desesperada após transferir para o ex-presidente um valor acima do que gostaria.
“Estou desesperada e preciso de ajuda. Fui fazer um pix de R$ 350,00 para a vaquinha e, por descuido e sem óculos, acabei colocando um zero a mais. Por ser biometria eu não me atentei. Tento ligar para o Banco do Brasil e não consigo resolver. Preciso reaver esse dinheiro”, publicou a mulher.
Alguns bolsonaristas tentaram ajudá-la, indicando os caminhos para solucionar o impasse. Outras pessoas consideraram a situação tragicômica.
“O Bolsonarista pode ser burro no anonimaton mas ele faz questão de ser publicamente”, comentou um usuário. “Como tem gente nesse Brasil sem noção! Um cara que comprou dezenas de imóveis com dinheiro vivo; filho que compra mansão de R$ 5 milhões… e ainda tem gente que faz pix para esse cara? Beira a burrice”, postou outro.
A campanha para depositar dinheiro na conta de Bolsonaro surgiu após o início do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última quinta-feira, 22, que pode determinar a inelegibilidade do ex-presidente até 2030.
Outros doadores que divulgaram a sua contribuição nas redes foram os vereadores Leonardo Dias (PL-AL) e Fernando Holiday (Republicanos-SP), que transferiram, respectivamente, R$ 500 e R$ 222,22 para o ex-presidente. Na postagem, Dias, que integra a Câmara de Maceió, disse que Bolsonaro está recebendo punições por “ter lutado por todos nós”.
O próprio assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou no Twitter a chave Pix de Bolsonaro, com a indicação que a conta é do Banco do Brasil e a frase: “confira antes de transferir”.
Bolsonaro é investigado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação para obter benefícios na eleição de 2022.