O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues dos Santos, criticou duramente o governador Mauro Mendes (União) após o adiamento da votação do projeto que concede reajuste salarial de 6,8% e recomposição do auxílio-saúde aos servidores do Judiciário. A proposta estava em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, quando o deputado Doutor Eugênio (PSB) apresentou pedido de vista nesta quarta-feira, 5 de novembro, suspendendo a tramitação pela segunda vez. Agora, a previsão é que o projeto seja apreciado na próxima quarta-feira (12), quando haverá nova sessão.
Rosenwal classificou o episódio como “lamentável” e afirmou que os servidores foram em peso à Assembleia para acompanhar a votação.
“Hoje nós estamos vindo em massa, muitos servidores do interior presentes para acompanhar a votação, prestigiando a comissão de Justiça, e nos deparamos com o pedido de vista do deputado Eugênio. É lamentável”, disse.
O sindicalista afirmou que, antes da sessão, enviou mensagens a desembargadores e parlamentares pedindo apoio à aprovação da proposta, e acusou o governador de tentar interferir no Judiciário e no Legislativo.
“Ontem à tarde fiz um comunicado a todos os desembargadores e deputados pedindo, com humildade, que votassem o projeto dos servidores e a gente parasse com essa guerra […] o governador quer mandar no Judiciário, no Legislativo e no Executivo. Os poderes têm que se revoltar contra essa atitude”, declarou.
Rosenwal afirmou que o governador não respeita os servidores públicos.
“Ele não gosta de servidor público […] nós não podemos admitir essa atitude do governador que não tenha coragem de vir na mídia e colocar o seu posicionamento. Ele usa da bancada dele e de dois secretários para tentá-lo respaldar, para ele não aparecer para os outros servidores públicos que realmente tem que correr atrás do RGA deles […] nós não vamos admitir isso”, criticou.
O presidente do Sinjusmat confirmou que os servidores começaram nesta quarta-feira um movimento de paralisação, que poderá se transformar em greve por tempo indeterminado caso não haja avanço nas negociações.
O projeto deve retornar à CCJ na próxima semana, após o prazo do pedido de vista, e só então poderá seguir para segunda votação em plenário.
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